quarta-feira, agosto 30, 2006

Eu era aqui...

Hoje jantamos na casa. A casa é a da minha infância e juventude. A casa onde cresci, onde habitei até vir para Lisboa. Onde passei os fins-de-semana com a família. É uma casa que está vazia. Há quase três anos ardeu a sua sala de estar e ficou inabitável durante um periodo longo. Há muito tempo que está pronta mas para lá não voltámos. Onde é que gostavas mais de estar? É-me indiferente, sempre foi. Estar na casa ou no apartamento... a minha casa aqui é onde vocês estão. E também é só ao fim-de-semana. Ajuda aí a pôr a mesa. Recordações de outros tempos, outros sorrisos... tempos mais felizes. Lembras-te qual era o teu lugar? Lembro claro, como poderia eu esquecer o meu lugar na mesa da cozinha. Um lugar onde almocei e jantei tantas e tantas vezes. Eu era aqui, tu ali, o papá deste lado e o mano aqui. O jantar de regresso a casa foi bom e bem disposto. Peixinho grelhado acompanhado de boa conversa. Que achas? No fundo acho que sim embora ache que a casa é muito fria no inverno. Eu faço fogueiras boas! Pois fazes meu pai, A última que fizeste aqueceu a casa toda! Risos. Família unida em gozar com as tristezas. Depois de jantar andei pela casa a ver as recordações. Não eram os objectos... eram as esquinas, as escadas, as paredes. Imagens apareciam de todos os cantos. De todo o lado apareciam as imagens das brincadeiras de muitos anos a crescer contigo. Imagens nítidas de tempos muitos mais felizes. Porra pá! Fazes-me falta, mano! Precisava de ti aqui... precisava de poder falar, de desabafar. A cada dia que passa é pior e precisava de ti aqui.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Diário Ele

Cara Revista Maria
.
Em pouco mais do que três dias comi uma caixa de gelado de sabor stracciatella e duas barras de chocolate negro. E tudo isto só à noite. Sinto-me realmente perturbado com a situação. A minha dúvida é a seguinte:
O que se passa comigo? Estarei a dar em gaja? E se sim, o que fazer?

Frases soltas #16

...eu vivo bem é sozinha, mas o coração não me ouve!
.
Frase da autoria de uma leitora deste blog

terça-feira, agosto 22, 2006

Imbegil

É o país que temos... só porque alguém é figura pública tem logo direito a tempo de antena. Nem que seja para dizer um sem número de imbecilidades ou irresponsabilidades. Bom, talvez a culpa nem seja do país mas sim da silly season.
.
O artista João Gil, famoso pela sua passagem pelos Trovante e em outros projectos, lançou no seu blog uma petição online para a proibição imediata da comercialização dos terrenos ardidos, por um período nunca inferior a trinta anos.
.
Vamos lá só fazer uma perguntinha porque não tenho paciência para gente irresponsável... Vamos supor que essa lei era aprovada... O que é que um simples proprietário de terreno florestal iria fazer para proteger o valor do seu terreno? É simples... iria cortar todas as árvores do seu terreno! Assim, limpinho, seria pouco provável que ardesse. Sim... porque se um bem não puder ser transaccionado não tem valor. Também não é bem assim... é claro que há sempre valor, mas o tempo é tão alargado que é como não tivesse.
.
No fundo a questão é a seguinte... uma lei destas ataca todo o tipo de proprietários, inclusive aqueles que investiram e cuidaram bem dos seus terrenos mas que viram o fogo queimar tudo o que tinham.
Uma lei destas poderia ter como efeito perverso a desflorestação do país como forma de proteger o valor comercial do terrenos.
.
Assim, João Gil seria considerado o maior incendiário que Portugal alguma vez teve. Seria responsável pela maior destruição de área florestal e isto tudo sem ter acendido um fósforo bastando-lhe tão somente ser irresponsável.
.
Outra irresponsabilidade é a do Jornal Público que publicita coisas destas... se destroem árvores para fazer jornais que imprimem coisas destas então são piores que os incendiários.

Seis da tarde

Ontem fiz uma coisa que nunca tinha feito... saí do trabalho, fui a casa, troquei de roupa e arranquei para a praia. Fui para Carcavelos... é pior que a Costa mas chega-se lá mais depressa. Aterrei no areal às seis da tarde e saí de lá às oito. E estava-se muito bem!
.
Mas hoje já não vou repetir esta cena... não vou passar por casa. Vou directo para lá pois tenho tudo o que é preciso no carro.

sábado, agosto 19, 2006

Sábado

A noite foi longa mas ele acordou cedo. Acordou ainda zonzo dos excessos da noite. Ainda deitado mandou uma mensagem em resposta a uma que tinha recebido na noite anterior. Levantou-se. Tomou banho. Vestiu-se. Vagueou pela casa sem saber o que fazer naquele dia. Saiu. Foi tomar um café no café do bairro. Comeu um pastel da nata. Apeteceu-lhe. Regressou a casa. Ligou o computador e respondeu a comentários. Conversou por mensagens com uma pessoa. Decidiu que tinha de sair. De fazer algo naquele dia. Olhou o céu. Nublado. Vento fresco. Não era dia de praia. Mas apetecia-lhe. Pensou. Achou que seria fácil chegar às praias. Não convidou ninguém. Achou que ninguém quereria ir para a praia com aquele tempo. Afinal até estava a ameaçar chuva. Meteu-se no carro. Arrancou. Atravessou a Ponte em direcção à Costa. Foi para a Praia da Princesa. Trocou as calças pelos calções dentro do carro. Caminhou pelo areal. Pousou as suas coisas próximo do mar. Foi dar um mergulho. Sentiu frio. O vento soprava. O sol não aparecia. Decidiu ficar mesmo assim. Leu. Alternou entre dois livros que tinha levado. Observou as pessoas a passar. Viu famílias com as suas crianças. Viu casais jovens agarrados. Permaneceu. Leu mais. Voltou ao banho segunda vez. Agora já com sol. Mas ainda com vento. Passou a tarde toda lá. Às seis decidiu regressar. Levantou-se. Pegou nas suas coisas. Ao sair da praia decidiu sentar-se na esplanada. Pediu um ice tea e uma bifana. Comeu. Leu um pouco mais. Foi para o carro. Trocou agora os calções pelas calças. Seguiu. Atravessou a Ponte. À direita Lisboa estava cheia de luz. À esquerda viu ao longe a Serra de Sintra cheia de nuvens. Parou o carro no mesmo café onde tinha ido de manhã. Comprou tabaco. Apetecia-lhe. Chegou a casa. Entrou. Sentia-se cansado e vazio. Ligou o computador. Respondeu a uma mensagem. Deitou-se no sofá. Permaneceu aí. Mais tarde sentiu fome. Fez o jantar. Abriu uma garrafa de branco. Apetecia-lhe. Acompanhou a refeição com dois copos. Acabou. Levou as coisas para a cozinha. Pousou-as. Voltou para a sala. Deitou-se. Levantou-se. Voltou ao computador e começou a escrever. Convidaram-no para ir ao Bairro pelo messenger. Disse que estava cansado e que ia pensar. Se ele fosse avisaria. Continuou a escrever. Deu um título ao texto. Chamou-lhe Sábado e publicou-o.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Diálogos interiores #01

Estou farto... cansei! Cheguei ao meu limite... Não, não chegaste! Sinto a loucura a invadir-me dia a dia. Não, não é a "loucura"... não! É mesmo a insanidade mental. Não há esperança para mim, mas no entanto não aceito isso! Seria mais fácil se aceitasses... seria mais suave... com menos luta. Luta!? Qual luta!?! Que luta dás na tua vida!? És um desistente... nunca levaste nada até ao fim na tua vida. E se alguma coisa levaste até ao fim foi por inércia. Inércia!? Se tudo o que quero é ser feliz!? Então faz alguma coisa!... Mas o quê? Uma merda qualquer... Mas não sei, não sou capaz... És um coitadinho, mereces bem a trampa de vida onde te encurralaste. Eu!? Eu é que me encurralei!? Sim!!! Tu!!! E tu não tens culpa também?! Eu!? Que fiz eu!? Sempre foste um anti-social! Vai-te foder! Cala-te!!!... Vais-te chatear também com a única pessoa que te suporta?! Deixa-me rir... achas que te suporto? Acho... estou contigo todos os dias. Isso é pela impossibilidade de nos separarmos. A sério!? Sim... E agora!? Agora!? Agora vai à tua vida que eu tento ir à minha! Mas é a mesma... enlouqueceste de vez! Eu sei... mas não é loucura. É o quê!? Azedume! Amargura! Tens de procurar doçura para contrabalançar... Eu sei... é isso que procuro incessantemente... um doce para alegrar a minha vida.

sábado, agosto 12, 2006

Ver melhor

Como disse aqui há uns dias, às vezes vejo as coisas deturpadas. Era uma mera brincadeira para dizer que sem óculos não vejo nada.
.
Mas a verdade é que às vezes vejo as coisas deturpadas de outra forma... dessas vezes não é com os óculos que se resolve a coisa. Nessas ocasiões, às vezes, basta uma pequena troca de palavras para ficar esclarecido e deixar de ver as coisas deturpadas... É assim na vida, ganhamos esperanças infundadas para logo a seguir cairmos na real.
.
Por outro lado... essas coisas fazem-nos sentir. São sempre giras essas ilusões porque nos fazem sentir tão bem... as quedas no real é que eram perfeitamente evitáveis.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Avante

Já falta pouco tempo e ainda não tenho a minha EP.
.
A melhor festa que se faz em terras lusitanas decorre nos dias 1, 2 e 3 de Setembro na Quinta da Atalaia. E este ano, mais uma vez, eu vou!
E como homenagem a esta festa que dizem, e com razão, Não há Festa como esta, no blog vai estar em repeat a sua música símbolo.
Nunca poderei esquecer a primeira vez que a dancei aos pulos juntamente com milhares de pessoas na Atalaia... é que realmente só dá vontade de pular... e rir... e dançar!
.
Ah... e para os parvos que pensam que quem vai é comunista fiquem a saber que eu não sou... e que ninguém vos pede o cartão de militante à porta... e que ninguém vos obriga a mudar as vossas convicções... e que ninguém vos obriga a divertirem-se... isto porque basta estar lá para ser um grande divertimento garantido!
E viva a Festa do Avante... e podem ficar a saber mais aqui.
.
.
.
Sugestão: ponham a música no máximo e pulem!

For a better world #01

Solução para a crise do Médio Oriente avançada por um colega meu... Os Israelitas!? Era irem-lhes à peida! Claro, respondi eu, Sem gel!
Para quê a diplomacia quando a solução é tão fácil para algumas pessoas!?

quarta-feira, agosto 09, 2006

Conversas #10

- A aparencia não é uma coisa que me chateie... sou fascinada pelo interior das pessoas interessantes, homens ou mulheres, isso é que me fascina, falar com pessoas que acrescentem algo à minha pessoa... o fisico é importante, mas não é tudo.
- O físico é o embrulho do presente que nos fascina enquanto está debaixo da árvore em vésperas do Natal... depois de aberto, se o brinquedo não era interessante, fica logo arrumado na prateleira nessa própria noite...
- Uii... que bonito!
- Achas! Fui eu que inventei agorinha mesmo!
- Faz já um post!!!
- Olha que faço!!!!!
- Faz!!! Sério!

Ver

Às vezes vejo as coisas de forma deturpada... normalmente resolve-se quando ponho os óculos.

terça-feira, agosto 08, 2006

Capuchinho Vermelho

Ontem fui ver um filme... fui ver o Capuchinho Vermelho: A Verdadeira História. Sempre pensei que a história do Capuchinho Vermelho estivesse mal contada, e esta era uma grande oportunidade. Sim!! O filme anunciava que era a Verdadeira História!
.
Pensei logo... Esta é a grande oportunidade para descobrir porque é que uma gaja vestida de vermelho anda a saltitar pela floresta e a arriscar-se a ser comida pelo Lobo Mau. Sempre identifiquei aqui um grande nível de perversidade... e, sinceramente, eu gosto de perversidade!
.
Bom... mas este filme era para crianças e nao estava à espera de apanhar uma Capuchinho deste género aqui ao lado. Mas não me importaria muito... até podia ser que se revelasse a minha faceta de Lobo Mau. E pronto, tem de ser, esta já é velha mas tem de ser contada aqui... As mulheres modernas já não procuram o Príncipe Encantado. Preferem o Lobo Mau... porque ele as vê melhor, as escuta melhor e ainda as come melhor! Sempre achei que tinha mais vocação para Lobo Mau do que para Príncipe Encantado... e eu, eu não sou definitivamente o Príncipe Encantado de ninguém!
Mas se as gajas de hoje em dia podem fazer esta troca nas histórias de encantar, então eu também prefiro o Capuchinho Vermelho à Cinderela. Há realmente algo de muito mais interessante em miúdas perdidas, vestidas de vermelho a entregar docinhos do que em miúdas enfiadas em fatos de gala, com sapatinhos de vidro e a fugirem no momento da verdade!
.
E tudo isto para dizer que o filme está espectacular... e a versão original deve ser absolutamente fabulosa. Acabei por ver a versão portuguesa e, mesmo essa, está excelente. Não deixem passar este filme... não sei se é a Verdadeira História, mas é uma boa versão. Cá para mim ninguém me engana... a verdadeira Verdadeira História deve ter contornos muito mais interessantes!

domingo, agosto 06, 2006

Frases soltas #15

Graças a Deus estou bêbado!
.
Frase usada por mim no final de muitas noites

Pensamento #07

É engraçado que no meio da palavra insónia podemos encontrar a palavra .

quinta-feira, agosto 03, 2006

Menina do Mar

A Menina do Mar foi uma doce criatura que conheci estas férias. De olhar doce e sorriso sincero, a sua beleza tinha tanta força como a sua simplicidade.
É raro encontrar alguém com quem nos sentimos tão à vontade... como se a conhecesse desde sempre. Nada se passou a não ser breves trocas de conversas simples e um bom jogo de raquetes de praia.
Num final de tarde magnífico na praia de S. Torpes ela jazia deitada de olhos fechados num aparente sono angelical. Eu e os outros falávamos que estava na hora de ir... limitei-me a dizer É só acordar a Bela Adormecida, ela nesse instante esboçou um leve sorriso e eu acrescentei Afinal não está adormecida... não podia dizer aquilo que queria mesmo dizer, Afinal não é Adormecida... é só Bela!
Provavelmente nunca mais a encontrarei... mas é bom saber que existem pessoas assim capazes de me impressionar de uma forma tão simples.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Conversas #09

- Então!?
- Tudo bem?!
- Já viste a colega nova?
- Já a vi passar aí.
- E!?
- E o quê?
- O que é que achas dela?
- Tem um rabinho querido.
- Um rabinho querido!?!?!?
- Sim...
- Mas o que é que isso quer dizer?
- Quer dizer que tem um rabinho querido.
- Heih!
- Quer dizer que gosto do cú dela!
- Mas... "cú querido"!?!?
- Sim!
- Tem um cú bom... é isso!?
- Não! Não é um cú bom... é um cú querido!
- Explica-te lá...
- Não sei explicar...
- Tenta!
- Não é bom... mas é querido.
- E qual é a diferença?
- Para ser bom precisava de ser mais cheiinho.
- E?!
- E pronto!
- Não te percebo!
- É pequenino e muito bem feitinho... parece frágil.
- Então é bom!
- Não... é querido!
- Tu às vezes saiste com cada uma!
- É a palavra que me lembro quando olho para o cú dela... é querido!