segunda-feira, agosto 25, 2008

Frases soltas #50

Um dos fenómenos peculiares do nosso tempo é o do liberal arrependido. Sobrepondo-se à afirmação marxista já familiar de que a «liberdade burguesa» é uma ilusão, há agora uma tendência generalizada para declarar que só se pode defender a democracia através de métodos totalitários. Segundo este raciocínio, quem ama a democracia tem de estar disposto a esmagar os seus inimigos por todos os meios ao seu dispor. E quem são os inimigos da democracia? Dá sempre impressão de que não são apenas os que a atacam de forma aberta e consciente, mas também os que a fazem perigar «objectivamente», ao propagar doutrinas erróneas. Por outras palavras, defender a democracia implica destruir toda a independência de espírito.

in, O Prefácio Que Orwell Tencionava Incluir em A Quinta dos Animais, George Orwell

Radical

Este sábado acordei cedo, mesmo muito cedo, e fui para Constância. Estava marcado um sábado radical... mas também não muito radical que não estou para isso! O programa era simples... depois de nos encontrarmos todos numa esplanada junto ao Zêzere a organização levou-nos em carrinhas para o início de um percurso de BTT. Um percurso fácil... mas não tão fácil assim! Dava para puxar um bocadinho, mas iamos todos em ritmo de passeio. Por outro lado a organização era mesmo organizada... ia um elemento à frente do grupo, ia outro a fechar o grupo e no fim ia a carrinha de apoio. O percurso eram cerca de 10 km e foi divertido! A chegada a Constância deu-se por volta da hora de almoço... e depois daquele passeio a fome apertava. O almoço, que nem era nada de especial, soube extraordinariamente... tal era o apetite aberto pelas pedaladas. Depois disto, algum descanso nas sombras e relva à beira Zêzere soube lindamente. A meio da tarde levaram-nos em carrinhas até à barragem de Castelo do Bode. A juzante da barragem entrámos nas frias águas do Zêzere para um percurso de 8 km de regresso até Constância. O rio levava água que chegue para não ser preciso empurrar a canoa nenhuma vez... mas o esforço é sempre grande e aquele contacto da água fria tornava excelente o percurso. Por várias vezes me vi suficientemente afastado dos outros para me sentir sozinho naquele vale... olhando as margens e o céu e escutando o som do silêncio. Extraordinário!!! Foi o que foi!!! À chegada a Constância finalmente dei um mergulho total! A água gelada soube muito bem depois daquele esforço. E, depois, trocar por roupa seca que aqueceu no carro ainda soube melhor. Aqui acabou a organização da Glaciar. Deles só posso dizer maravilhas pela simpatia e profissionalismo. A segurança sempre esteve presente. A organização oferecia todas as condições!
Depois disto o grupo decidiu jantar na região... alguém conhecia um restaurante bom algures perdido num lugarejo qualquer perto do Entroncamento e Atalaia. No tal restaurante só havia uma ementa... bacalhau desfiado com batata a murro! Talvez fosse da fome, do esforço do dia e da satisfação... mas o que é certo é que me soube como um dos melhores bacalhaus que já comi! Dali segui para a santa terrinha... cheguei lá perto da meia-noite. O corpo cansado, mas satisfeito! Quando me deitei adormeci!
Um excelente dia, foi o que foi!

segunda-feira, agosto 18, 2008

Hoje

Hoje o dia foi igual a tantos outros... igual a tantos que passaram e igual a muitos que virão. Mas hoje não fumei! Hoje comprei um livro novo para mim. Hoje quando me perguntaram se era para oferta eu disse que sim e mandei embrulhar. E hoje, quando cheguei a casa, vesti uns calções e fui correr... apesar de achar isso estúpido. Hoje li bastante mais do livro que comecei no sábado. Hoje fiz um jantar diferente. Hoje o jantar não saiu grande coisa mas também não estava mau. Hoje desembrulhei um presente que dei a mim próprio. Hoje dei um passeio a pé depois do jantar. E hoje queria ver se lia ainda mais. Bem vistas as coisas, hoje não foi assim tão igual aos outros dias... no entanto, até que foi. No fundo, foi um dia diferente igual a tantos outros.

Vai Nessa

A atleta Vanessa Fernandes ficou em segundo na prova de Triatlo, conquistando assim uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Da minha parte nenhuma crítica. Aliás, tudo a favor! E envio-lhe um grande PARABÉNS pela excelente prestação!

Agora vamos a contas... quanto é que o Estado português, ou seja, todos nós, gastou com a Vanessa? Não sei... não sei nem me interessa muito porque de certeza que foi infinitamente menos do que tem gasto com a selecção de futebol. E essa selecção dos melhores chupistas nacionais o máximo que conseguiu para o orgulho nacional foi um segundo lugar. A Vanessa também!

Mas a Vanessa conseguiu esse segundo lugar gastando a todos nós alguns milhares de euros em apoios (se calhar nem chega a isso, se é que teve apoios)!

Já a nossa selecção conseguiu um segundo lugar recheando os bolsos de jogadores, técnicos e dirigentes. Todos eles foram pagos e bem pagos ao mesmo tempo que beneficiavam da exposição na selecção para valorizarem as suas carreiras! Ao mesmo tempo que esta gente enriquecia, o comum cidadão empobrecia. Portugal viu, impávido e sereno, serem gastos milhões com o futebol, hipotecando o nosso futuro mais próximo. Argumentou-se que eram investimentos válidos! Deixa-me rir... estádios são investimentos?!?

Pessoalmente acho que as pessoas que propuseram e levaram avante essa loucura deviam ser julgadas por crimes de lesa pátria e traição. E depois de julgadas deviam ser enforcadas... todas com a mesma corda para poupar e não andarem por cá a gastar do erário público que já delapidaram!

E enquanto estes jogadores, ex-jogadores, técnicos, dirigentes e políticos vive descansada e fartamente, o resto do país sofre as consequências. O engraçado é que o resto do país é o primeiro a apoiar estes estúpidos animais que com muito fizeram pouco e a criticar atletas que com pouco fizeram muito. Com um povo destes, Portugal tem o que merece!

Por isso... atletas como a Vanessa é que são verdadeiramente heróis nacionais!

domingo, agosto 17, 2008

Play me #47

Mudar de música! Bodyrockers com o tema I like the way you move. Porque me apetece!

Frases soltas #49

I'm just one man
What can I do?
Against an army
An army made of you

in, This is my life, Firewater

quarta-feira, agosto 13, 2008

Guia

Pequeno guia simples para evitar pequenas coisas que me irritam:


1º. Nenhuma palavra terminada em mente leva acento. Os advérbio de modo não levam acentos. Foram abolidos numa revisão ortográfica há umas décadas atrás.

2º. O acento ao contrário ( ` ) só pode aparecer em cima da letra A. Nunca nas outras vogais. E mesmo assim só há 7 casos (à, às, àquele, àquela, àqueles, àquelas, àquilo).

3º. A diferença entre o e o À é simples... se tiver a ver com quantidade ou algo que exista é o Há (porque este vem do verbo haver). Se tiver a ver com deslocação é À. Não sei se é uma regra, mas se seguirem isto estarão certos quase sempre.

4º. O plural de qualquer é quaisquer! Não é quaisqueres! Se alguém vos disser numa conversa quaisqueres, podem sempre responder Quaisqueres? Este ou aquele?

Há mais coisas que me irritam... mas pouco falo delas. Hoje apeteceu-me! Não estou lá muito bem disposto.

Agenda

Bom... não se pode dizer que houve marcações. Houve comentários, mas não houve marcações. Entretanto, tenho mesmo que arranjar inspiração para escrever qualquer coisita de jeito neste Agosto.

domingo, agosto 10, 2008

Frases soltas #48

Quanto mais Schenck se informava sobre Estrella, mais lhe parecia que compreendê-la era uma tarefa que nunca estaria completa. Na sua cabeça, a imagem dela ampliava-se para além de todos os limites, mistério atrás de mistério. Possuí-la seria a menor das recompensas, uma reles banalidade. Compreender, explicar - tudo por que ansiava. E esperava que ela se assemelhasse a um dos seus mapas-múndi, com a carta da sua alma traçada diante dos seus olhos, cada motivo e móbil assinalado e definido.

in, Pfitz e a Cidade Inventada, Andrew Crumey