sexta-feira, dezembro 30, 2005

Feliz Ano Novo

Pois é... o ano acaba amanhã.
.
O Esplanar só voltará ao blog em 2006... provavelmente lá para o dia 3.
.
Sei muito bem que o facto de mudar o ano no calendário nada significa... as mudanças que venham a ocorrer nas nossas vidas não serão provocadas pelo facto de agora estar um 6 em vez de um 5 depois do 200.
.
Pensei em como vos havia de desejar bom ano... todas as palavras me pareciam fracas e vazias... clichés habituais.
.
Porque vocês que me lêem e comentam são especiais para mim... porque todas as vossas palavras me ajudam a passar cada dia... e porque quem comenta aqui são pessoas pertencentes ao fascinante universo feminino... então... então o meu desejo para vocês é:
.
.
Que se possam sentir assim durante todo o ano de 2006... e os seguintes também!
.

Megas & Gigas

O Esplanar mudou de email...
.
Agora é maildoesplanar@gmail.com
.
A diferença é simples... o Hotmail tem capacidade para 2 megas.
O Gmail tem capacidade para 2679 megas.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Ano Novo

É costume, para a grande maioria das pessoas, nesta altura de fim de ano fazer um balanço de como foi o ano que passou.
.
No meu caso deixei de o fazer... as minhas noções de Contabilidade são demasiado fracas. Tinha sempre que martelar o Balanço porque entre Activos e Passivos teria sempre que aldrabar a Situação Líquida.
.
Passei então a tomar as habituais decisões de Ano Novo. Mas, como também é habitual, acabo sempre por falhar em todas essas decisões.
Por isso, este ano, e sabendo que é costume falhar nas decisões de Ano Novo as minhas decisões são as seguintes:
.
- Vou continuar a fumar;
- Vou aproveitar para ficar em casa todas as noites;
- Não vou ao cinema;
- Não vou ao teatro;
- Não vou conhecer gente nova;
- Não me vou inscrever num ginásio;
- Não vou apaixonar-me;
- Não vou encontrar a mulher da minha vida;
- Vou falar menos com as pessoas;
- Não vou de férias;
- Não vou remodelar a cozinha;
- Não vou tratar dos cortinados para a sala;
- Vou beber mais;
- Não vou convidar ninguém para jantar lá em casa;
- Não vou perder barriga;
- Enfim... não vou fazer toda uma série de coisas que me poderão dar prazer.
.
Pode ser que falhe nestas todas também!

A razão

O Natal é aquela época da união familiar.
.
Grande verdade...
.
A razão chegou ontem ao final do dia em forma de telefonema. Já tinha chegado a casa. O telemóvel estava pousado em cima da mesa quando começa a tocar e a vibrar. Eu gosto quando ele toca... é sempre uma forma de confirmar que ainda funciona. Por vezes interrogo-me se os telemóveis que tive não teriam defeitos. Aparentemente só recebiam chamadas de Papá e Minha Mãe. Ainda hoje é assim.
Lá estava ele a tocar. Olho para o visor e vejo Papá. Atendo e digo Então Papá... tudo bem?! Do outro lado da linha (será que hoje em dia se pode dizer linha?) o meu pai responde Tudo!... Olha... está tudo bem contigo? Desconfiado com o tom da pergunta respondo Sim!... Tudo bem por aqui... A voz do outro lado voltou a insistir Então e não te sentiste mal ontem ou hoje? Sorri e respondi Não me digas que vocês também!? Nós e toda a família, respondeu o meu pai.
.
É verdade... pelos vistos eu não estou velho. Não é PDI. Não foram exageros. Foi alguma coisa estragada que afectou toda a família. Os efeitos manifestaram-se em toda a gente. Tios e tias... primos e primas.
Quando recebi a noticia foi estranho ficar satisfeito por saber que toda a gente estava assim... no fundo ficamos sempre menos mal quando sabemos que não somos os únicos a sofrer. E era a confirmação que afinal... afinal velhos são os caminhos!
.
Foi bom saber que o Natal deste ano foi uma época de fraternidade, de alegria, de partilha, de amizade, de unidade familiar nestas coisas todas e também na dor de barriga!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

O meu voto

Hábitos

Tenho um hábito engraçado!
Há pouco tempo comentei esse hábito numa mesa de café e descobri que não sou o único... muita gente o faz pelos vistos.
Suponho que seja praticado mais pelas pessoas que viajam sozinhas em auto-estrada.
.
Ontem fui à santa terrinha... no regresso, esperava-me uma hora de viagem monótona de auto-estrada sem trânsito.
.
O que fiz? Fiz o que faço muitas vezes... escolhi um carro que parecesse ir a uma velocidade boa e que parecesse um condutor responsável. Normalmente a velocidade óptima para isto é os 140 km/h. Encontrei um 2 ou 3 quilometros depois de ter entrado na A1. E segui-o!
.
É uma forma de fazermos a viagem acompanhados. Limito-me a seguir esse carro e a atenção necessária não é tão grande.
Mantenho-me a uma distância razoável... para dar a clara percepção que não estou a pressionar.
.
Ontem fiz a viagem toda assim... até às portagens. Aí... percebi que a minha companhia não tinha via verde. Acelerei e ao passar por eles disse adeus... como quem agradece a companhia feita durante a viagem.

Feitios

A pouco e pouco o estado de alma vai melhorando... como se de uma tendência se tratasse.
.
Atingiu um ponto mínimo no dia 19... agora, lentamente, passo a passo o feitio vai melhorando. Ainda não estou na melhor das minhas disposições, mas sinto claramente que é uma questão de uns dias. O desanuviamento já começou e nem o Natal me parece uma ameaça franca a essa tendência.
.
Sei agora... sinto agora que o Natal nada tem a ver com isto... nada teve a ver com isto. O Natal simplesmente é nesta altura.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Cardhu

Sim... precisei de estimulantes! Não!!! Não desses!!!!
Não era para jantar mas lá acabei por decidir-me a fazer qualquer coisa. Como não tinha descongelado nada fiz umas salsichas com massa. Sim!!! Com massa... não era esparguete!
.
Depois... bem... depois decidi abrir uma garrafa! Não queria abrir uma das boas só para mim... mas encontrei uma pequena. Nem sei como foi cá parar mas sei onde já está! Vazia no lixo!
Depois... depois fui buscar outro copo... meti-lhe gelo e fui buscar a garrafa de Cardhu.
.
Está-me a saber bem!
Copo de whiskey ao lado... cigarros uns atrás dos outros e incenso a queimar para disfarçar o cheiro e dar uma de zen!

Repeat

Sim... estou a ouvir esta música em repeat. Preciso!

Hoje...

Hoje não estou bem... bateu-me tudo esta noite.
Não pensei que batesse... não ligo a datas... mas bateu!
Faz hoje um ano!

Prendas

Este ano excedi-me... as prendas já estão todas compradas.
Dois dias bastaram... o 8 de Dezembro e ontem.

sábado, dezembro 17, 2005

Profano

Não é novidade para ninguém que as datas das principais festas religiosas foram escolhidas pela igreja com um propósito.
O propósito de as populações recém evangelizadas melhor assimilarem os ritos religiosos.
.
Não é por acaso que para os cristãos as festas mais populares sejam os Santos em Junho e o Natal em Dezembro.
.
A igreja, numa tentativa de melhor se impôr, fez associar os Santos às festas pagãs de Solstício de Verão e o Natal aos ritos paganistas do Equinócio de Inverno.
.
A igreja fez isso... e fez muito bem na minha opinião.
Mas o feitiço virou-se contra o feiticeiro...
.
Foram precisos vinte séculos mas, a Sociedade de Consumo conseguiu dar a volta ao texto. Pegou numa festa religiosa como é o Natal e trasformou-a numa festa pagã!
.
No meu tempo, e não foi há muito, quando se chegava ao Natal lembro-me bem de ouvir dizer que quem trazia as prendas era o Menino Jesus...
Hoje em dia... perguntem lá a qualquer criança quem traz as prendas?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Fato

Esta manhã vesti um fato que não usava há dois meses...

Detesto quando isto acontece... encolheu!!!

Verdade #01

Quem anda de cabeça levantada não acha dinheiro no chão.

À Mesa

Ouvido de passagem à mesa do restaurante:

Comes o meu grelo mas não queres o meu fígado.

domingo, dezembro 11, 2005

A árvore de natal

O ano passado fiz a árvore de natal. Ajudou-me naquele dia montar aquilo tudo.

Tinha tudo encaixotado... árvore, enfeites, luzes. O presépio não... está sempre em exposição nesta casa.
Só tinha saido da caixa uma vez. Foi quando foi comprado. Três anos antes. Três meses depois de ser comprado... o projecto de família que aquela árvore iria acompanhar desfez-se.

Ficou encaixotado muito tempo... até um dia. Um dia calmo e bem passado com a minha mãe aqui em repouso. Ordens!!! O médico diz que não deve sair. O coração está fraco. O desgaste tem sido grande. Sim! Ficas em casa. Eu fico contigo.
Não havia nenhum problema... vinha muita gente durante o fim-de-semana. Voltaria lá na segunda.

Esse sábado foi passado a arranjar essas coisas. A fazer embrulhos. A tentar encontrar uma normalidade.
Os embrulhos ficaram bonitos. A árvore também.
Ficou bonito! disse eu. Sim... vai gostar de ver disse a minha mãe. Achas mesmo que o deixam passar a noite de natal connosco? pergunto É possível que sim responde-me.

Partiu na manhã seguinte... um domingo frio e algo nublado.

Este ano... este ano não faço a árvore!

Ancoras

Tarde de sábado... bonita, fria.
.
O sol já se põe. Está a ficar mais fraco.
O meu pai vira-se para mim e diz-me Vamos lá? respondo afirmativamente.
.
Lá fomos... Vamos no meu digo eu. Lá seguimos. A viagem é curta. Talvez uns dois ou três quilómetros desde casa até lá.
Durante o percurso o silêncio. Ao fundo... muito ao fundo da minha mente ouço um estranho debitar de música. A rádio toca mas não a ouço.
.
Chegámos. Entrámos. Olá Mãe! Está boa? diz o meu pai. Eu hesito... não digo nada por enquanto. Espero... espero uma resposta. Um sinal. Não há! Fico em silêncio mais um bocado. Depois de mais algumas insistências decido-me a avançar. Um avanço fraco. Um avanço de quem sabe bem que não vai ter sucesso na tentativa. Então Vó! Conhece-me? nada... nem a cabeça levanta. Não abre os olhos. Abre só quando lhe apetece... de vez em quando responde. Responde talvez quando se dá algum movimento naquele cérebro... um cérebro preso. Um corpo preso. É vida isto? penso.
.
O meu pai emociona-se. Chora. Tem sido demais para ele estes anos. Toda esta merda que nos atinge que nem raios saidos do inferno. Uma atrás da outra. Sem perdão. Sem pausa. Aquele coração não aguenta muito. Será que um dia esta família entra numa normalidade. Na suavidade. Na calmaria. Como o rio que nasce na montanha... vem em torrente, turbilhão, força, pancada... não há forma deste rio entrar em vales planos e verdejantes onde possa simplesmente correr... suave... calmo.
Eu deixo-me ficar... fico em silêncio. Limito-me a esperar que finalmente ouça Bom. Vamos embora? Vamos direi eu. Uso as minhas capacidades de insensibilidade para escapar a tudo isto. Protejo-me. Não quero saber.
.
Venho cá para fora... O meu pai fica a falar com uma senhora do lar. Dou uns passos. As traseiras daquela casa dão para um pequeno bosque do lado esquerdo. Ao meio, um terreno arado. Atrás desse terreno um pinhal que se prolonga para a direita. O sol continua baixo. Já está por trás dos pinheiros.
.
Fico ali a pensar... quem irá me ver quando estiver assim? Quem vai chorar?
.
Olho para o céu... aquele azul mais escuro vai descendo. Aquele azul que anuncia uma noite muito fria. Esse ar frio já me bate na cara... lembro-me de três pessoas a quem não tenho dado a atenção devida.
A Zeni... deve andar mais acompanhada. Deve estar bem.
A CLQ... tem andado entretida com os ultimos arranjos. Desconfio que nem sabe para onde se virar.
A Redcat... como estás? Estás bem? Desculpa... sou um péssimo amigo. De vez em quando embrenho-me nas minhas próprias fugas e esqueço tudo.
.
Foi nas duas últimas que me apoiei mais naqueles ultimos meses... há um ano atrás. O fim estava perto e sabia-o. Elas... sem o saberem bem, foram as minhas ancoras em Lisboa.
.
Já não vos vejo há muito tempo...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

A Ponte

Na arte da guerra só há uma forma eficaz de conquistar uma ponte... é pelos dois lados ao mesmo tempo.
.
.
.
Há coisas estranhas na vida...
.
Uma amiga de longa data interessou-se por mim. Estranho? Talvez... Não sei... O que é certo é que não estou habituado. Passou muito tempo desde a última vez que senti que alguém gostava de mim.
Eu deveria estar feliz... ela é nada mais nada menos do que a mulher com melhor físico que eu conheço pessoalmente. E é uma das mais bonitas também. É aquilo que os gajos costumam chamar de Boa comó milho! apesar de eu até nem gostar de milho...
Ainda por cima ela vem acompanhada de um conjunto de qualidades que eu valorizo bastante... é honesta, trabalhadora, sincera, simpática, confiável e bom coração.
.
Infelizmente... ela também é a moça mais chata e com a conversa mais desinteressante que eu conheço. É inacreditável! Simplesmente ao fim de 5 ou 10 minutos eu estou completamente desesperado.
Confesso que já tentei... tentei ver se não seria exagero da minha parte. Se não seria má vontade. Já saí várias vezes com ela... mas sempre me senti assim.
Futilidades! Tricas do emprego! É do que ela sabe falar... mas se ao menos se calasse de vez em quando... mas não! Passa horas a falar! E quando eu digo alguma coisa noto bem no olhar dela que não sabe do que estou a falar e não acha interessante... Típico de quem não tinha cabeça para estudar. Não lê nem jornais nem livros e simplesmente nem pensa em vir a ler. E os filmes que acha piada são os de acção! Realmente... os interesses dela nada têm a haver comigo.
.
Mas como lhe dizer que ela é uma menina cheia de qualidades mas que eu não suporto passar 5 minutos ao lado dela... quanto mais uma vida?
Não gosto de ferir sentimentos... e trata-se de uma pessoa que conheço vai para muitos anos.
Isto está difícil...
.
Temos comunicado por sms... ontem acabei por lhe dizer que não! Que não estava interessado nela. Dei a desculpa do click... que não tinha havido! Não lhe queria dizer És a coisinha mais desinteressante e chata que conheço! Não o posso fazer... simpatizo com ela!
.
Na mente simples dela deve ir uma grande baralhação... Mas como? Não pode ser? Eu é que digo NÃO aos gajos! Não é o contrário... muito menos um tipo do mais normal que existe que teve a honra de ser o meu escolhido! Sim! Eu, a gaja boa, decidi premiar um gajo sem jeito nenhum e ele diz não!?
.
É difícil de entender... e torna-se para mim ainda mais dificil quando tenho estado há muito tempo à espera que simplesmente alguém se interesse. Aparece uma... ainda por cima das mais belas que conheço... e eu? Eu não estou interessado!
.
Será difícil para ela entender isto... é claro que não sou indiferente a um bom corpo. Mas um bom corpo não me estimula mais do que uma boa conversa. Uma conversa interessante. As palavras tem mais efeito físico em mim do que a visão de uma bela mulher. Mas uma bela mulher também tem o seu efeito.
Mas as palavras... as palavras é que me despertam... me acendem!
.
Hoje ela voltou a insistir... se continua ainda lhe salto para cima e depois mando-a à merda!... Enfim... tretas... sei bem que não seria capaz de o fazer!
.
.
.
No fundo... eu sou uma ponte... numa das margens estão os meus olhos, na outra a minha mente!

domingo, dezembro 04, 2005

Frio

O fim-de-semana terminou... já estou em casa.
.
Cheguei cedo hoje... mas a vontade de sair, a vontade de enfrentar o frio é nula.
.
Não gosto desta altura do ano. Parece que toda a gente anda com estrelinhas nos olhos e guizinhos nas orelhas. Não é fácil explicar porque não gosto do Natal... talvez porque não há grandes motivos de alegrias e a própria época aviva ainda mais as recordações. Está quase a fazer um ano. O tempo voa!
.
Ao longo dos últimos dois dias, portanto durante o fim-de-semana, tive mais um daqueles momentos de realidade. Realidade nua e crua que desponta nos nossos pensamentos.
Passei a sexta à noite no sítio do costume. Vi a bola. Comentei e falei com aqueles que estavam por lá. Alguns conhece-os vai para muitos anos... décadas até!
Mas quando dei por mim... apercebi-me. Ali não estava nenhum dos Amigos. Estavam simples amigos... mais próximos dos conhecidos.
É significativo que o melhor momento da noite tenha sido quando apanhei o computador livre e consegui ir ver o email... O melhor momento da noite foi um momento de solidão... um momento de solidão em que não me senti tão sozinho.
.
Na noite de sábado fiz a mesma coisa... fui para o mesmo sítio. Muita gente. Muitas caras conhecidas... o mesmo sentimento. As sensações vão sendo ludibriadas com as cervejas que vou pedindo. Conversa aqui. Conversa ali. De repente percebo... não estava em nenhuma mesa! Eu não era de nenhuma mesa. Não pertencia a ninguém dali.
.
Aquelas pessoas que eu conheço mais ou menos sairam para outro bar. Um bar onde estava a tocar um grupo que conheço os elementos. Lá fui.
Lá encontrei finalmente uma companhia. Uma jovem que, pelos vistos, gosta muito de conversar comigo... e eu com ela! Sim! Não! Não é nada disso que estão a pensar... É verdade que ela encanta-me e que gosto dela mas não está interessada em mim. Cheguei a pensar que sim... tive essa dúvida realmente, mas já está esclarecida!
Passei um bom bocado com ela... a dada altura da noite ela pergunta-me: Olha! Onde é que estão os que vieram contigo? Sorri e respondi Vim sozinho.
Estas palavras bateram-me... em menos de cinco minutos estava a sair porta fora em direcção a casa... tal e qual como tinha entrado... sozinho!