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Sento-me agora aqui... o ecrã, essa eterna companhia. A principal... a sempre fiel luminosidade que aparece com o simples gesto de carregar no botão. Foi a companhia deste domingo seco e sem história. Ao lado um copo de branco ajuda-me a passar as horas finais deste fim-de-semana. A companhia da música vai soando. É companhia boa esta que toca... mas é companhia que não me toca. O toque é tudo. Será?! Talvez... talvez não seja tudo mas faz falta. O toque... essa falta que faz. Ao longo de um dia inteiro as palavras que troquei foram simples. Um café pedido no café do bairro, o telefonema para os pais para saber se estava tudo bem, a lavagem do carro normal na estação de serviço aqui ao lado, a dose de sardinhas com meio jarro de sangria na esplanada do restaurante que tanto gosto ali ao lado da Casa dos Bicos, o conselho ao turista que pretendia saber se podia ir a pé dali até ao Oceanário... resume-se a isto as palavras que sairam da minha boca hoje. O resto... conversas de mim para comigo. A sanidade já lá vai... não pode ser sano quem abre uma garrafa de branco vinte minutos depois das dez da noite num domingo só porque lhe apetece. É o que me apetece... mais um copo! Quando o que me apetece é o toque. Estarei bem? Não estarei certamente... Quando me deitar devo estar... estar enebriado pelos torpores do álcool. Aí estarei bem. Foi a isto que cheguei... uma mente brilhante, um ser sensível, alguém capaz de dar muito... afundei-me. O brilhantismo ofuscou-se, a sensibilidade apagou-se, a capacidade de dar permanece orfã de quem queira receber. E, sinceramente, não me apetece prosseguir este post... entre o apagar e o publicar será o publicar caso alguém estiver a ler isto.
oiço o piano e leio o que escreves.coisas simples que soam bem em conjunto, a melancolia das tuas palavras ficam bem com o som do piano. porque posso desejar e porque em dias destes que já sabem a primavera as coisas nos parecem tão fáceis de conseguir.mil toques nos teus sonhos desta noite. quem te disse que dormes sózinho?
É só para dizer que há muitas pessoas como tu... elas refletem-se nas lágrimas que derramas no chão da tua esplanada.
Meu caro, como já te disse nunca as tuas palavras me tocaram tanto.
Mas também eu não sou a indicada para te dizer nada.
Não faças como eu, mantém a fé, seja no que for. Porque a minha já lá vai...
:(
Este teu post comoveu-me muito por sentir que estás um bocado perdido e sem saberes como encontrar o caminho. Mas comoveu-me, acima de tudo, por já ter sentido tudo isso e, como tal, entender-te bem.
Para já, posso dizer-te que beber uma garrafa de vinho branco antes de te deitares pode não ser efectivamente muito são. No entanto, abrir uma garrafa para beberes um copo contigo pp é extremamente são. Tudo tem é de ser feito com "conta, peso e medida".
Mais, almoçares sozinho sardinhas e meio jarro de sangria também me parece muito são! Saíres de casa e estares contigo são atitudes sãs.
Não percas a esperança e tu, 100 sentidos, também não. Tudo tem uma razão. Eu sei o que digo e acho que vou partilhar um pouco da minha história para perceberem q n falo por falar. Voltarei com ela...
Manter a capacidade de acreditar é o mais difícil dos desafios...
Gosto tanto de te ler...
..."Everybody hurts."
Somos bons amigos há muito tempo. És dos meus amigos mais queridos e preocupo-me contigo. Por isso acho que tenho a obrigação de te abanar um bocadinho e dizer o que penso, frontalmente: já acabaste de ter pena de ti próprio?
Enquanto tiveres esse tipo de atitude contra ti próprio, não vais conseguir sair dessa. Olha a tua volta e aproveita o que a vida te dá, no presente. Encara o dia-a-dia com uma atitude mais desprendida e vais ver que vais conseguir encontrar alegria onde agora não vês, vais viver melhor, contigo próprio e com os outros. És jovem e saudável, tens a vida pela frente e estás a consumir-te desnecessariamente. A vida nem sempre é o que nós queremos, mas é a nossa vida. Cada um de nós tem que encontrar a melhor forma de a viver, dadas as condições que temos, as condicionantes, as limitações. Há vidas tão difíceis e nós queixamo-nos demais! (eu também!). Quando a vida não segue o curso que gostaríamos, perdemos a objectividade e afundamo-nos em lamúrias. E entretanto, a vida está a passar…
Reage!
Bjs
mas depois há dias melhores. há sempre. estes custam muito, conheço-os bem. apetece quase pedir aos turistas para lhes fazer companhia. sente-se quase que se perde a capacidade de falar, de tanto tempo calado. está-se quase quase bem, tudo é perfeito, só falta a companhia... e também abro garrafas só para mim às 10... às vezes as 2. é o mínimo, dar-mo-nos esse prazer. dias melhores virão. sempre. um abraço*
Olha a tua volta e aproveita o que a vida te dá, no presente.
zeni
(subscrevo)
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