terça-feira, novembro 28, 2006

Sangra

Entrou por ali como um furacão. Não pediu licença, não entrou devagar, não foi com muitos cuidados. Foi à bruta, à força, a sangue frio... ou será melhor dizer a sangue quente. Foi assim, pela lei do desejo... o desejo apresenta-se sempre pela direita. Chegou e disse o que queria. Não importa o resto, não importa o mundo, não importa as convenções, as práticas... o que importava era o que queria. E o que queria?! Queria tê-lo... e queria que ele a quisesse. Entrou por ali como um exército. Uma Blitzkrieg. Conquistou-o em três tempos. Entrou por ali sem encontrar resistência. As defesas que havia cairam com facilidade tal era a força e genialidade do ataque. Nunca tal se tinha visto. Entrou por ali como a luz que entra num quarto escuro. Entrou e iluminou os cantos obscuros não se compadecendo com os cantos mais renitentes e inundando-os de uma estranha luminosidade. Entrou por ali como um projéctil disparado à queima-roupa. Entrou e penetrou na carne com uma força imparável. Entrou por ali queimando tecidos, destruindo veias, fragmentando ossos. Entrou por ali provocando a dor. Provocando sentimentos que já não sabia que existiam. Afinal sente... foi atingido... o projéctil cravou-se na pele despertando os sentidos. Que tamanho terá o buraco na carne quando o projétil sair? Será que sairá? Será isso importante? O importante é que foi atingido... e enquanto sangra sente-se vivo!

Sendyourlove disse...
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Anónimo disse...

that's it... one day at a time...

Anónimo disse...

Lí-te meses anonimamente, acompanhei os teus textos, formei uma ideia de ti, defeito profissional... Hoje, a surpresa deu-me ganas de comentar. Será que te sentirás vivo quando perceberes que te traíste? Eu senti-me morto.

Apple disse...

Adorei!!
Sabes, um dia fui assim, conquistadora e conquistada...mas depois...nem um nem outro soube fazer a paz...Enfim, reflexões minhas, mas adorei o teu texto!!

Anónimo disse...

Excelente descrição! Muito poético!
Eu diria que te despes, nesta exposição total!

Esplanando disse...

Talvez te queiras explicar melhor, Adriano Lima! :-)
O meu mail está sempre aberto a quem quiser dizer-me o que quer que seja.

Abraço

Insignificante disse...

:)Gostei muito!

(e ainda bem que "entrou por ali como um furacão" e conquistou muralhas "avessas a riscos";)

inBluesY disse...

nice esplanando, muito muito nice :D

Anónimo disse...

sente-se e está!

beijo rubro

Anónimo disse...

Lindo.

A alma em sangue.
Alguém estanca?

Fui.
Voltarei.
Beijo-te*


Diz Ela*

Anónimo disse...

verdadeiramente profundo.
o problema é quando já não há mais sangue...para sangrar...quando começamos a sentir a vitalidade em baixo, porque sangramos demais...

Anónimo disse...

Mesmo a sangrar é preferível sentir-se vivo.

Anónimo disse...

:) good luck!

Ana A. disse...

Os meus sentidos ficaram despertos, isso posso garantir-te.

magarça disse...

Um tiro certeiro :)

Anónimo disse...

Veneno bom.

Salseira disse...

Um texto lindo!!

E nunca te esqueças "tudo vale a pena se a Alma não é pequena"!

Aproveita!

Meow disse...

Estranho! Eu tenho uma opinião contrária: quando sangro, morro! Para mim a dor nunca vale a pena e então se é inflingida por outra pessoa não vale mesmo a pena!

Sorry, isto sou eu que não estou nos meus melhores dias...

Anónimo disse...

E bem feito!!! Já era tempo... É mesmo assim e agora vais ver... e te vais SENTIR como direi... numa expressão simples e curta: INFATUATED :D.... beijinhos

Caiê disse...

Ainda bem que estás VIVO! :)
Mas isso do desejo ser sempre pela direita... não percebo nem concordo. ;)

intruso disse...

nem vou comentar...

tiro certeiro


(belo post...)

inBluesY disse...

mas... vamos ter de ir a santa maria ?

1 bj*