Meeting
A ideia surgiu há pouco tempo. Duas lembraram-se desses tempos distantes e pensaram Podiamos fazer isso! Não era muito difícil de fazer, mas a realidade é que era preciso que alguém se mexesse para que acontecesse. E foi o que elas fizeram! E quem tem espirito de iniciativa faz o mundo mexer... faz o nosso mundo mexer! Pegaram nos contactos que ainda tinham, falaram, marcaram, pediram Se tiveres contactos de outros fala com eles, mas não era fácil. A poucos dias do grande evento estavam menos de dez. Eu próprio tinha dito Tenho pena, mas não vou, e quando insistiram eu pedi que compreendessem, que o que tinha em Lisboa este fim-de-semana era algo importantíssimo para mim. Dois minutos depois de ter lido o mail que desmarcava os planos para o meu fim-de-semana estava a mandar uma mensagem... estava a dizer que podiam contar comigo.
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Mas, nessa noite, a mesa teve de ser alargada. Apareceram cerca de vinte. Alguns tinham mantido o contacto. Outros até se foram vendo a espaços ao longo dos anos. Os pensamentos corriam Não te vejo há dez... não te vejo há cinco... não te vejo há oito anos... não te vejo há dezasseis... Não mais que dezasseis. Tinha sido há dezasseis anos o ponto em comum daquele grupo que se sentava à mesa na passada noite de sábado. Tinham sido colegas, na mesma escola, no 12º Ano. Mas muito mais em comum tinham para além desse facto. Foi um ano excepcional para muitos de nós. A junção das diversas turmas do 10º e 11º nas poucas turmas do 12º Ano, o muito tempo livre que tinhamos, a necessidade de organizarmos festas para angariar fundos para a viagem de finalistas levou a que se criasse um clima de união, de grupo, de amizades fortes e de até cumplicidades próprias daquelas idades.
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A vida separou-nos. Mandou-nos para terras diferentes, cursos diferentes, vidas diferentes. As ligações perderam-se ou mantiveram-se a espaços quando os acasos nos levavam a encontrar. Mas as amizades não se perderam. Foi bom ver que aquelas amizades se mantinham. Como se tivesse sido há poucos dias atrás a última vez que tinhamos estado juntos.
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Contaram-se histórias desses tempos, rimos a bom rir de situações que há muito não se recordavam. Momentos que fazem parte de mim e deles. Momentos em comum de alegria. Falou-se da vida. Do que nos aconteceu. Do que fizemos e do que fazemos. Falou-se das alegrias que temos, das tristezas, dos desejos que não aconteceram. Falou-se das viagens que realizámos. Dos amores que tivemos. Fizeram-se resumos alargados de uns e de outros. Aquele vive ali, aquela está casada, estes já têm filhos, estas estão grávidas, uns estão separados, outros casaram separaram e encontraram outro, outros nunca casaram. Falou-se de feitios. De maneiras de ser que afinal não mudaram assim tanto. Gostava de ter tido um gravador na mão quando fizeram uma análise de mim... e afinal essa análise continua tão actual. Só retive és um desligado, sempre foste. Mas tudo o resto que disse era verdade na altura, e ainda é hoje em dia. Não desconsiderando os outros, essas palavras vieram de quem mais gostei de rever. Era uma pessoa especial e que apreciava muito. Daquelas pessoas que só se pode gostar pela sua maneira simples e directa de ser. Uma pessoa do melhor que há e uma amiga daquelas... com um A grande. Também gostei de ver o único casal da noite. O jantar estava proibido a parceiros... mas eles, como tinham casado um com o outro, ali estavam. Não como casal, mas como colegas. Conheceram-se na minha turma do 10º! E ali estão... juntos, tantos anos depois!
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A noite foi longa... no restaurante disseram para estarmos à vontade. E estivemos. Tão à vontade que às quatro da manhã foi quando decidimos sair dali e dar a noite por terminada. Mas não fosse nos sentirmos envergonhados pelo dono do restaurante estar pacientemente à espera que fossemos embora e penso que quando amanhecesse ainda estariamos na conversa. Despedimo-nos com a promessa de voltar a fazer isto, de tentar contactar mais gente. Espero que sim aconteça.
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É impossível aqui descrever as sensações, sabores e sentimentos que esta reunião provocou. Falar aqui de tudo o que se falou seria impossível. Só posso dizer que foi extraordinário. Não é preciso encontrar as pessoas para saber que a amizade perdura e é verdadeira. Podem passar mais dezasseis anos até voltarmos a nos encontrar... mas sei que se tal acontecer vamos falar e estar uns com os outros como se tivesse sido há dois ou três dias a última vez que estivemos juntos.
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Foi mesmo muito bom!
Que a amizade se mantenha "siempre"
Beijooooooooo
Que saudades que o teu post me despertou...
é sempre bom :)
Muito bom o post, andava à procura dessas palavras na minha cabeça para um texto meu e agora encontrei-o aqui, agora já não posso escrever isto! Ah...
Vou ter de pensar outra história ;)
a sério, gostei.
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