sábado, dezembro 29, 2007

Play me #35

Porque queria mudar de música e encontrei esta belíssima... de Bonnie Prince Billy com o título Strange Form of Life do álbum The Letting Go.

Midnight

Todos os anos é a mesma coisa... a convenção do calendário lá diz que se muda de ano ali no dia 31 de Dezembro à meia-noite. Não gosto particularmente dessa festa. Já me diverti e já me deprimi nessa data. O que é certo é que as minhas entradas no ano seguinte, ultimamente, têm sido cerca de cinco minutos depois da meia-noite... quando finalmente tenho uma vaga, no meio daqueles casais todos aos beijos e abraços, de cumprimentar alguém e desejar Bom Ano.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Frases soltas #32

É uma sorte que ninguém veja o comportamento das pessoas quando estão sós na mais rigorosa intimidade, porque, se assim fosse, até as mais sensatas pareceriam loucas.
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in, Pequenas Infâmias, Carmen Posadas

Pensamento #24

E quem tomará conta de mim?

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Rioja

Alguma vez bebeste Rioja? É provável que não, apesar de teres bebido quase tudo quanto havia para beber. Pois neste dia abri uma Rioja que trouxe da minha aventura por terras galegas. Abria-a em teu nome, em tua memória... saboreando um néctar que muito prazer te teria dado. Se a vou beber toda? Quem sabe... vou bebendo... quando chegar a hora de dormir saberei. Tal como os efeitos do vinho que bebemos, o tempo também passa... e passam hoje três anos. Levanto o meu copo e digo A ti!, e bebo mais um pouco à tua memória.

Play me #34

Porque esta música me lembra de ti e sei que gostavas... 99 Red Ballons da Nena.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Perfeita

Um dia conheci a mulher perfeita... e a mulher perfeita era imperfeita como todas as mulheres perfeitas devem ser. Na altura não soube reconhecer isso. Hoje em dia já o reconheço inteiramente... apesar de não estar muito certo disso. Confuso? Sim, concerteza... mas é muito claro na realidade.

Consumo

Ena! Ena! Ena! Esta é a tal semana em que recebemos uma série de mails a desejar bom natal blá blá blá boas festas et cetera e tal. Mails não personalizados enviados para a lista toda. É desta forma que sabemos que ainda estamos em contacto com algumas pessoas... ao saber que ainda fazemos parte da mailing list. Não há paciência para mensagens enlatadas para consumo massificado.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Frases soltas #31

I can tell you now, I know... I'm positive I made the right decision. I'm positive. But, there's never a day that passes that I don't wish I had decided differently.
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Detective Somerset in Se7en

Cachecol

Hoje usei cachecol pela primeira vez este ano. Nas mãos meti as luvas mais grossas. O sobretudo, que já vem sendo hábito, vesti-o por cima do fato. Ainda assim tive frio nesta manhã gelada enquanto caminhava para o trabalho. Mas isso não me chateia nada... o que me chateia mesmo é a quantidade de pais natais pendurados nas janelas por toda a cidade. Para conforto e divertimento meu acabo por imaginar que são pais natais suicidas que se enforcaram nessas janelas.

domingo, dezembro 16, 2007

Duas coisas

Só duas coisas a meio desta tarde de domingo sem registo... A Metamorfose de Franz Kafka lê-se muito bem e em pouquíssimo tempo e as Au Revoir Simone são fenomenais.

Dia

O dia começou cedo. O despertador tocou na hora que tinha definido. Levantei-me, arranjei-me, tomei o pequeno-almoço e segui para o Colombo. Objectivo: comprar as prendas de Natal! Entrei lá às 9:20 da manhã. Às 13:00 em ponto estava a sair de lá com todas as compras feitas e de almoço já tomado. A técnica é simples... chegar cedo, estacionar o carro no parque perto de uma das estradas, estar leve fisicamente e sempre que estiver pesado nas mãos ir ao carro e pôr tudo no porta-bagagens e voltar à luta. Leve fisicamente significa estar de sapatilhas, calças de ganga e t-shirt. Assim movimento-me mais facilmente e não passo frio porque lá dentro não está frio. Às 13h e pouco estava em casa. A amiga Zeni combinou café na Quinta das Conchas e que me ligava quando estivesse pronta. Por volta das 15h lá fui eu encontrar-me com ela. Em chegando lá recebo o telefonema dos meus pais a dizer que estavam a chegar. Disse para irem lá ter. Passámos uma tarde agradável em boa conversa e quando arrefeceu fomos todos para casa. Os meus pais vieram a Lisboa porque os convidei para jantar. Foi hoje o aniversário de casamento. Trinta e nove anos. Disse-lhes para virem, para jantarmos e para depois eles irem ao concerto da Mafalda Arnauth pois eu tinha ganho dois bilhetes num passatempo da Time Out. Jantámos na Cervejaria da Trindade. O espaço é bonito, mas não achei nada de especial à comida. A cerveja, no entanto, é excepcional!Deixei os meus pais no Teatro da Trindade por volta das 21h. Pensei no que fazer. Sentei-me na Praça do Camões e telefonei a uma amiga... não queria ouvir um não, mas a probabilidade era grande para quem tenta combinar coisas em cima da hora. Ouvi um não... compreensivelmente. Pensei em quem mais podia ligar. Pensei em duas ou três pessoas... as que tinham namorado coloquei de parte. Uma que não tem decidi não ligar... era natural ouvir um não, que já tinha coisas combinadas. Vim para casa. Abri uma garrafa de branco e fui bebendo. Às 23:40 os meus pais ligaram a dizer que tinha terminado... gostaram muito e que se iam pôr a caminho da santa terrinha. Continuei a bebericar... já está quase bebida a garrafa. É incrível a minha capacidade alcoólica!! Uma garrafa de branco quase bebida e não estou bêbado. Agora espero que os meus pais liguem a dizer que chegaram bem... depois disso devo ir dormir. Assim foi o meu dia.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Então

Era uma noite diferente... não sabia bem dizer porquê. Mas era realmente uma noite diferente. O ambiente era estranho naquele bar. O fumo, as vozes e os risos misturavam-se no ar criando uma atmosfera difícil de descrever. Era como se o David Lynch tivesse criado aquelas personagens, o Tarantino o cenário e o Kosturica idealizado o ambiente. Uma outra dimensão. Bebeu um gin tónico e dirigiu-se ao balcão para ir buscar outro. Era assim... não tinha paciência para beber pouco. Sentia-se bem disposto respirando aquele ar surreal. Pediu o gin pouco tónico se faz favor olhou para o fundo do balcão e viu uma mulher que encaixava naquele ambiente como o sal no oceano. Sorriu para ela e, estranhamente, ou talvez não porque tudo era estranho por ali, ela sorriu de volta com um olhar doce e provocante. Contrariando todos os seus hábitos dirigiu-se a ela e disse-lhe Olá. Senta-te, respondeu. Não sabia bem o que se passava, mas sentou-se. Era uma mulher bela, na casa dos trintas. O cabelo castanho caia-lhe sobre os ombros em ondulações de uma precisão aleatória. A doçura do olhar era realçada pelo sombreado que tinha, os lábios eram bem definidos com uma ligeira marca de batôn. O perfume que emanava era suave mas preenchia os sentidos. Vestia um simples vestido preto curto que deixava mostrar pernas firmes e bem torneadas. O peito saliente deixava mostrar um pequeno vale pelo delicado decote. Era uma mulher marcante. E ali estava ele sentado ao lado dela. Conversaram durante uma hora ou duas e a conversa correu ligeira e amena. Muitos sorrisos, muitas palavras, algumas provocações e umas cumplicidades depois ela diz-lhe Acho que estou a pensar no mesmo que tu. A sério?, responde ele. Sim, diz-lhe ela com um sorriso. Está bem, disse ele pede lá uns tremoços então.

domingo, dezembro 02, 2007

Nenhum

Sentiu-se estúpido... foi esse o termo, mas sentiu esse impulso e decidiu ir lá. Qual era o problema? Nenhum, pensou. Mas quando lá chegou foi assim que se sentiu. Estúpido! Enfim... também a estupidez não era assim tanta, era só um bocadinho. Passou em frente e não viu ninguém... estava vazia de gente. Seguiu em frente. Voltou atrás e passou novamente. Não estava ninguém. Voltou atrás outra vez e aí, dessa vez viu alguém. Aproximou-se e disse Olá... e a partir desse momento não soube mais o que dizer. Passado um pouco foi-se embora sentindo-se estúpido mas não arrependido.

sábado, dezembro 01, 2007

Pensou

Pensou nos livros que não tinha lido, pensou nas mulheres que não tinha amado, pensou nos discos que não tinha ouvido, pensou nas palavras que não tinha dito, pensou nos lugares que não tinha visto, pensou nos vinhos que não tinha bebido, pensou nos aromas que não tinha sentido, pensou nas texturas que não tinha tocado, pensou nos sorrisos que não tinha esboçado, pensou nas insinuações que não tinha feito, pensou nos resultados que não tinha obtido... depois pensou no que já tinha feito e no que ainda estava por fazer. Já tinha feito muito, mas muito era possível ainda fazer. Aí, nesse momento, serviu-se de um copo de branco fresco e publicou o post que acabara de fazer... que era uma das coisas que ainda não tinha feito e que era possível fazer... e fez.