terça-feira, fevereiro 26, 2008

Anónima

De vez em quando tenho para aqui uns ataques pessoais por parte de uma Anónima. Digo uma no feminino e singular porque, não tendo forma de saber, prefiro pensar que é só uma pessoa que me ataca e que essa pessoa é mulher.
Olha... eu acho que o teu mal é falta de sexo! Mas escusas de vir bater a esta porta porque aqui também não há muito! Se eu tivesse muito eu dava-te qualquer coisinha, mas não... tenho pouco e por isso não dá para dispensar.
Olha... e outra coisa... tenta arranjar uma vida que é o que eu ando, desajeitadamente reconheço, a tentar fazer!
Olha... e mais ainda... se me atacas tanto, será que pretendes alguma coisa de mim? É que isto faz-me lembrar aquele ditado do Quem desdenha...

Passe

Quando se fica doente parece que é o fim de tudo. Basta uma gripezita e achamos logo que nunca mais vamos melhorar e que nunca mais nos vamos voltar a sentir bem. Encaramos o futuro sem esperança e tudo nos parece negro. Sentimos-nos as pessoas mais desgraçadas do mundo e se, porventura estamos sós, achamos que é uma tamanha injustiça não ter ali alguém que nos mime um pouco. A neura apodera-se de nós e não há nada a fazer. A não ser... esperar que passe!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Crónica

Deve ser do tempo, disse ele. É, deve ser... tão certo ser como eu estar aqui!, respondeu-lhe ela. Era um dia raro. Um dia de inverno rigoroso com copiosa chuva, vento e frio que penetrava o tecido das roupas mais quentes e grossas. Tinha caminhado por uma rua com folhas de plátano ululantes que esvoaçavam e reviravam em elipses perfeitas cada vez que o vento se deslocava com mais força. Tinham combinado encontrar-se naquele dia. O sítio era o de muitas outras ocasiões. Um petit café numa pequena praça onde já tinham passado muitas tardes. Hoje a situação era diferente. Fazia pouco mais de um ano desde que ela se tinha ido embora batendo com a porta depois de se ter despedido com um beijo.. E ali estavam eles de novo, sentados na pequena mesa alta da janela com vista para a elegante e romântica praça. Lá fora viam-se vultos que corriam abrigando-se da chuva. Lá dentro o sossego de uma casa quase vazia e de um calor temperado que convidada a despojarem-se dos casacos. Gosto disto, disse ela. Disto? Sim, deste lugar, respondeu ela à sua pergunta. Nunca mais cá tinha vindo! Ele pensou que era pena ela nunca mais ter vindo a este lugar. Era um dos seus lugares de eleição e sabia que ela lhe dava contornos de beleza etérea. Ele olhou-a fundo nos olhos, sorriu e disse E eu gosto disto! Ela esboçou um ligeiro sorriso inquiridor e ele completou De te ter aqui comigo. Ela desviou o olhar e envolvendo a chávena quente com as mãos soprou sobre o chá que fumegava e disse Já tivemos esta conversa. Ele inspirou fundo e deu um longo e arrastado suspiro. Como é que se chamam estas árvores? Ele fez um pequeno sorriso trocista ao ouvir a pergunta dela. Lá fora, a praça estava preenchida de frondosas mimosas que amarelavam o cenário que se via da janela. Mimosas, respondeu ele. Ficaram assim longos minutos, sem falar. Limitavam-se a olhar a chuva cair lá fora e o vento a arrastar as flores prematuras das mimosas. Por fim ela interrompeu o som do silêncio que já magoava de ansiedade com um simples Estás triste? Não, respondeu ele secamente. Ela retornou Mas pareces! Deve ser do tempo, disse ele. É, deve ser... tão certo ser como eu estar aqui!, respondeu-lhe ela. Ele esboçou um ligeiro trejeito nos lábios acompanhado de um suave cerrar das sobrancelhas. Deu um ligeiro movimento ao corpo posicionando-se de costas para a janela e encarando melhor o petit café. Era um espaço pequeno, povoado por sete mesas com cadeiras almofadadas de veludo verde. A toda a extensão espraiava-se um balcão de nogueira, madeira escura escurecida ainda mais pelo tempo. Os aromas antigos e tradicionais misturavam-se com sons novos que saíam algures de umas colunas escondidas e que imprimiam um som que combinava com a luz suave. Atrás do balcão dois homens conversavam. Um jovem cujo penteado, de cabelos no ar, aparentava ser o que de mais cuidado tinha na cabeça. O outro, ainda jovem mas a meio da casa dos trintas, tinha um ar calmo e compenetrado. Já viste!? disse o jovem com um ar de gozo. O da mesa da janela está há meia-hora a falar sozinho. O homem olhou para o jovem com um ar de enfado e respondeu-lhe Pensas tu! O jovem abriu a boca de espanto e um pouco confuso declarou Mas ele está sentado sozinho e a falar. O homem sorriu e pensou para consigo mesmo Há coisas que os jovens não conseguem entender e, encolhendo os ombros disse-lhe Para ele, é tão real aquela mulher como esse bolo de chocolate. Pegou num prato, cortou uma fatia grande e disse Toma! Vai lá dar-lhe esta fatia de bolo. Oferta da casa. O jovem obedeceu e quando estava quase a sair do balcão ouviu E não te esqueças de levar dois garfos. O jovem lá pensou com os seus botões Este é tão louco como o outro! e quando ofereceu o bolo ele disse-lhe Obrigado, ela adora! e o jovem não conseguiu evitar um sorriso cínico e esboçou um simples Não tem de quê. Voltando para trás do balcão disse em surdina Se calhar o gajo é perigoso! Não sejas tonto, respondeu-lhe o mais velho. O jovem com um ar mais espantado ainda pensou Há coisas que os mais velhos não conseguem entender e disse Não será melhor convidá-lo a sair? Pode afastar a clientela. O mais velho abanando a cabeça e olhando para a casa vazia sibilou Qual clientela? e continuou num tom mais audível Deixa-os terminar o encontro descansados, pode ser que se entendam! Mas tu estás bem?! inquiriu o jovem. O homem olhou para o jovem com um olhar sem expressão e pensando em como admirava todos os amores doentios só porque eram amores e ele tinha perdido algures no tempo a capacidade da amar e acabou por balbuciar Não, nem por isso e completou Deve ser do tempo. E o jovem limitou-se a dizer É, deve ser...

domingo, fevereiro 10, 2008

Play me #37

Voltamos a mudar... e agora para algo completamente diferente. Uma das músicas que mais gosto de ouvir. O nome é Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen também conhecida como Königin der Nacht e ainda mais conhecida pelo nome em inglês Queen of the Night. É Wolfgang Amadeus Mozart na ópera Die Zauberflöte (A Flauta Mágica). Esta gravação penso que é de 1981 para a Deutsche Grammophon com o Chor der Deutschen Oper Berlin e a Berliner Philharmoniker dirigida por Herbert von Karajan. A intérprete desta música é Karin Ott. Eu gosto... espero que também gostem.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Bairro

Diverti-me! Bebi muito! Bebi shots! Não é hábito. Meti conversa com dezenas de pessoas! O Bairro parecia o zoo! Uma noite normal, portanto. Acabei a noite a fazer de guia para três suiças! Bom era mais a amiga Zeni do que eu. Mas fui eu que meti conversa com elas! Mas eu estava num estado intratável. No estado de super-bebadamente-divertido! Quem me conhece sabe como é. Não me lembro de chegar a casa! Não é hábito... foi dos shots. Perdi os meus óculos escuros! Não é hábito perder coisas. Acordei tarde e com dôr de cabeça! Pudera. Mas lá me restabeleci. Foi boa a noite! Espero ter mais destas... Inshallah!

domingo, fevereiro 03, 2008

Imagem

Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras... mas não há maior gosto quando a palavra desperta mil imagens. É isso que gosto de tentar fazer!

Play me #36

Mudemos de música... esta já cá anda desde o ano passado. Segue-se um grupo que já tocou por aqui diversas vezes. A sonoridade é apaixonante e as letras são fortes. Aqui ficam os The Dresden Dolls com o tema Good Day do primeiro álbum The Dresden Dolls.