sábado, dezembro 29, 2007

Play me #35

Porque queria mudar de música e encontrei esta belíssima... de Bonnie Prince Billy com o título Strange Form of Life do álbum The Letting Go.

Midnight

Todos os anos é a mesma coisa... a convenção do calendário lá diz que se muda de ano ali no dia 31 de Dezembro à meia-noite. Não gosto particularmente dessa festa. Já me diverti e já me deprimi nessa data. O que é certo é que as minhas entradas no ano seguinte, ultimamente, têm sido cerca de cinco minutos depois da meia-noite... quando finalmente tenho uma vaga, no meio daqueles casais todos aos beijos e abraços, de cumprimentar alguém e desejar Bom Ano.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Frases soltas #32

É uma sorte que ninguém veja o comportamento das pessoas quando estão sós na mais rigorosa intimidade, porque, se assim fosse, até as mais sensatas pareceriam loucas.
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in, Pequenas Infâmias, Carmen Posadas

Pensamento #24

E quem tomará conta de mim?

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Rioja

Alguma vez bebeste Rioja? É provável que não, apesar de teres bebido quase tudo quanto havia para beber. Pois neste dia abri uma Rioja que trouxe da minha aventura por terras galegas. Abria-a em teu nome, em tua memória... saboreando um néctar que muito prazer te teria dado. Se a vou beber toda? Quem sabe... vou bebendo... quando chegar a hora de dormir saberei. Tal como os efeitos do vinho que bebemos, o tempo também passa... e passam hoje três anos. Levanto o meu copo e digo A ti!, e bebo mais um pouco à tua memória.

Play me #34

Porque esta música me lembra de ti e sei que gostavas... 99 Red Ballons da Nena.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Perfeita

Um dia conheci a mulher perfeita... e a mulher perfeita era imperfeita como todas as mulheres perfeitas devem ser. Na altura não soube reconhecer isso. Hoje em dia já o reconheço inteiramente... apesar de não estar muito certo disso. Confuso? Sim, concerteza... mas é muito claro na realidade.

Consumo

Ena! Ena! Ena! Esta é a tal semana em que recebemos uma série de mails a desejar bom natal blá blá blá boas festas et cetera e tal. Mails não personalizados enviados para a lista toda. É desta forma que sabemos que ainda estamos em contacto com algumas pessoas... ao saber que ainda fazemos parte da mailing list. Não há paciência para mensagens enlatadas para consumo massificado.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Frases soltas #31

I can tell you now, I know... I'm positive I made the right decision. I'm positive. But, there's never a day that passes that I don't wish I had decided differently.
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Detective Somerset in Se7en

Cachecol

Hoje usei cachecol pela primeira vez este ano. Nas mãos meti as luvas mais grossas. O sobretudo, que já vem sendo hábito, vesti-o por cima do fato. Ainda assim tive frio nesta manhã gelada enquanto caminhava para o trabalho. Mas isso não me chateia nada... o que me chateia mesmo é a quantidade de pais natais pendurados nas janelas por toda a cidade. Para conforto e divertimento meu acabo por imaginar que são pais natais suicidas que se enforcaram nessas janelas.

domingo, dezembro 16, 2007

Duas coisas

Só duas coisas a meio desta tarde de domingo sem registo... A Metamorfose de Franz Kafka lê-se muito bem e em pouquíssimo tempo e as Au Revoir Simone são fenomenais.

Dia

O dia começou cedo. O despertador tocou na hora que tinha definido. Levantei-me, arranjei-me, tomei o pequeno-almoço e segui para o Colombo. Objectivo: comprar as prendas de Natal! Entrei lá às 9:20 da manhã. Às 13:00 em ponto estava a sair de lá com todas as compras feitas e de almoço já tomado. A técnica é simples... chegar cedo, estacionar o carro no parque perto de uma das estradas, estar leve fisicamente e sempre que estiver pesado nas mãos ir ao carro e pôr tudo no porta-bagagens e voltar à luta. Leve fisicamente significa estar de sapatilhas, calças de ganga e t-shirt. Assim movimento-me mais facilmente e não passo frio porque lá dentro não está frio. Às 13h e pouco estava em casa. A amiga Zeni combinou café na Quinta das Conchas e que me ligava quando estivesse pronta. Por volta das 15h lá fui eu encontrar-me com ela. Em chegando lá recebo o telefonema dos meus pais a dizer que estavam a chegar. Disse para irem lá ter. Passámos uma tarde agradável em boa conversa e quando arrefeceu fomos todos para casa. Os meus pais vieram a Lisboa porque os convidei para jantar. Foi hoje o aniversário de casamento. Trinta e nove anos. Disse-lhes para virem, para jantarmos e para depois eles irem ao concerto da Mafalda Arnauth pois eu tinha ganho dois bilhetes num passatempo da Time Out. Jantámos na Cervejaria da Trindade. O espaço é bonito, mas não achei nada de especial à comida. A cerveja, no entanto, é excepcional!Deixei os meus pais no Teatro da Trindade por volta das 21h. Pensei no que fazer. Sentei-me na Praça do Camões e telefonei a uma amiga... não queria ouvir um não, mas a probabilidade era grande para quem tenta combinar coisas em cima da hora. Ouvi um não... compreensivelmente. Pensei em quem mais podia ligar. Pensei em duas ou três pessoas... as que tinham namorado coloquei de parte. Uma que não tem decidi não ligar... era natural ouvir um não, que já tinha coisas combinadas. Vim para casa. Abri uma garrafa de branco e fui bebendo. Às 23:40 os meus pais ligaram a dizer que tinha terminado... gostaram muito e que se iam pôr a caminho da santa terrinha. Continuei a bebericar... já está quase bebida a garrafa. É incrível a minha capacidade alcoólica!! Uma garrafa de branco quase bebida e não estou bêbado. Agora espero que os meus pais liguem a dizer que chegaram bem... depois disso devo ir dormir. Assim foi o meu dia.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Então

Era uma noite diferente... não sabia bem dizer porquê. Mas era realmente uma noite diferente. O ambiente era estranho naquele bar. O fumo, as vozes e os risos misturavam-se no ar criando uma atmosfera difícil de descrever. Era como se o David Lynch tivesse criado aquelas personagens, o Tarantino o cenário e o Kosturica idealizado o ambiente. Uma outra dimensão. Bebeu um gin tónico e dirigiu-se ao balcão para ir buscar outro. Era assim... não tinha paciência para beber pouco. Sentia-se bem disposto respirando aquele ar surreal. Pediu o gin pouco tónico se faz favor olhou para o fundo do balcão e viu uma mulher que encaixava naquele ambiente como o sal no oceano. Sorriu para ela e, estranhamente, ou talvez não porque tudo era estranho por ali, ela sorriu de volta com um olhar doce e provocante. Contrariando todos os seus hábitos dirigiu-se a ela e disse-lhe Olá. Senta-te, respondeu. Não sabia bem o que se passava, mas sentou-se. Era uma mulher bela, na casa dos trintas. O cabelo castanho caia-lhe sobre os ombros em ondulações de uma precisão aleatória. A doçura do olhar era realçada pelo sombreado que tinha, os lábios eram bem definidos com uma ligeira marca de batôn. O perfume que emanava era suave mas preenchia os sentidos. Vestia um simples vestido preto curto que deixava mostrar pernas firmes e bem torneadas. O peito saliente deixava mostrar um pequeno vale pelo delicado decote. Era uma mulher marcante. E ali estava ele sentado ao lado dela. Conversaram durante uma hora ou duas e a conversa correu ligeira e amena. Muitos sorrisos, muitas palavras, algumas provocações e umas cumplicidades depois ela diz-lhe Acho que estou a pensar no mesmo que tu. A sério?, responde ele. Sim, diz-lhe ela com um sorriso. Está bem, disse ele pede lá uns tremoços então.

domingo, dezembro 02, 2007

Nenhum

Sentiu-se estúpido... foi esse o termo, mas sentiu esse impulso e decidiu ir lá. Qual era o problema? Nenhum, pensou. Mas quando lá chegou foi assim que se sentiu. Estúpido! Enfim... também a estupidez não era assim tanta, era só um bocadinho. Passou em frente e não viu ninguém... estava vazia de gente. Seguiu em frente. Voltou atrás e passou novamente. Não estava ninguém. Voltou atrás outra vez e aí, dessa vez viu alguém. Aproximou-se e disse Olá... e a partir desse momento não soube mais o que dizer. Passado um pouco foi-se embora sentindo-se estúpido mas não arrependido.

sábado, dezembro 01, 2007

Pensou

Pensou nos livros que não tinha lido, pensou nas mulheres que não tinha amado, pensou nos discos que não tinha ouvido, pensou nas palavras que não tinha dito, pensou nos lugares que não tinha visto, pensou nos vinhos que não tinha bebido, pensou nos aromas que não tinha sentido, pensou nas texturas que não tinha tocado, pensou nos sorrisos que não tinha esboçado, pensou nas insinuações que não tinha feito, pensou nos resultados que não tinha obtido... depois pensou no que já tinha feito e no que ainda estava por fazer. Já tinha feito muito, mas muito era possível ainda fazer. Aí, nesse momento, serviu-se de um copo de branco fresco e publicou o post que acabara de fazer... que era uma das coisas que ainda não tinha feito e que era possível fazer... e fez.

terça-feira, novembro 27, 2007

Mais um dia

Foi um dia difícil, mas também tem sido assim este ano quase sempre... especialmente nos últimos dois meses. Não há forma de as coisas voltarem à normalidade no meu trabalho. Saí cedo, mas também é sempre assim quase todos os dias. A caminho de casa pensei Vou fazer um bolo e dirigi-me ao hipermercado para comprar o necessário. Comprei tudo o que precisava e ainda mais um disco rígido externo de 500Gb bem baratinho que há muito andava a pensar adquirir. Cheguei a casa, lanchei, despi-me, vesti o pijama, coloquei a roupa suja na máquina, liguei-a e preparei-me para fazer o bolo. O bolo é o habitual de iogourt. Simples de fazer. Decidi inovar e colocar fruta. Enquanto esteve no forno fui ligar o novo disco rígido. Não funciona. Amanhã terei de voltar lá. Quando o bolo acabou, desenformei-o. Ficou num prato. Desliguei a música que tinha ligado quando cheguei a casa e liguei a televisão para ver o Sporting. Comi uma fatia quente de bolo. Está bom, mas não volto a misturar fruta. No intervalo do jogo fui ver o que podia jantar. Comi paella daqueles congelados 4 Salti. Estava bom. Vi a segunda parte do jogo e fui comendo mais bolo. Um quarto dele já foi. Estou agora a escrever este post e depois disto devo ir estender a roupa lavada e depois lavar a louça. A seguir a isso vou pensar num livro para começar a ler. Ontem acabei O Adeus às Armas do Hemingway. É bom, mas não estava nada à espera que o livro seguisse aquele rumo. Enfim... foi mais um dia.

Pensamento #23

É incrível como eu acho tanta piada às coisas que não acho piada nenhuma.

segunda-feira, novembro 26, 2007

terça-feira, outubro 23, 2007

Play me #32

Porque gosto desta música e porque estava na altura de mudar. Aqui ficam os The Essex Green com o tema Cardinal Points do álbum Cannibal Sea.

Houston

Houston, we have a problem.
Houston, we have two problems.
Houston, we have many problems.
Houston, we are a problem.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Ramos

A minha laranjeira e os meus dois limoeiros... ou será que é o meu limoeiro e as minhas duas laranjeiras? Não sei... o que sei é que dessas três, duas são de uma espécie e a outra é de outra. Mas isso também não é importante! O que é importante é que as três andam a ganhar novos ramos, e isso não me parece muito normal nesta altura do ano. Coitadas... devem andar tão confundidas como as estações do ano. Como se não lhes bastasse a confusão de nascerem e estarem a crescer num T2 sem varanda vem agora este tempo primaveril em meados de Outubro. No verão cheguei a estar na praia com dias piores do que estes.

terça-feira, outubro 09, 2007

Mesa

A noite foi boa entre aquelas duas amizades. Uma noite de verão em Outubro jantando e conversando numa esplanada. Soltaram-se as conversas, falou-se dos acontecimentos recentes da vida de cada um. Falou-se, ouviu-se e partilhou-se. Contaram-se as alegrias e as esperanças. Falou-se das dúvidas e dos receios. Procurou-se compreender o que não se compreendia. O mundo pode ser um lugar estranho... mas não o é à mesa de uma esplanada entre dois amigos de longa data. Ali, a mesa não é estranha, as conversas não são estranhas, a amizade não é estranha. Fora da mesa até pode ser que tudo seja estranho... mas ali, na mesa, não é!

domingo, setembro 30, 2007

Frases soltas #30

Começar. Foste tu que o disseste, Leitora. Mas como fixar o momento exacto em que começa uma história? Tudo começou sempre antes, a primeira linha da primeira página de todos os romances remete para alguma coisa que já aconteceu fora do livro. Ou então a verdadeira história é a que começa dez ou cem páginas mais à frente e tudo o que vem antes é só um prólogo. As vidas dos indivíduos da espécie humana formam um entrecho contínuo, em que todas as tentativas de isolar um pedaço de vivido que tenha um sentido separado do resto - por exemplo, o encontro de duas pessoas que será decisivo para ambas - deve ter em conta que cada um dos dois traz consigo um tecido de factos, ambientes, outras pessoas, e que do encontro derivarão por sua vez outras histórias que irão separar-se da sua história comum.
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in, Se numa noite de inverno um viajante, Italo Calvino

sexta-feira, setembro 28, 2007

Play me #31

Talvez não fosse a tua música preferida... estive para aqui a pensar o que gostavas e não fui capaz de me lembrar. Mas lembrei-me que no início da tua adolescência, ainda eu era criança, tu perdias-te com os álbuns dos Duran Duran. Nessa altura ainda eu não ligava nada a música. Teria uns oito ou nove anos... tu mais quatro do que eu. Começa a tocar aqui hoje, no dia em que farias trinta e oito anos. É um Play me #31... e trinta e um era a idade que eu tinha quando partiste. Aqui fica Hungry Like The Wolf que também se aplica a mim e é uma música que gosto e que a Radar já me deu duas ou três vezes a caminho do emprego antes das oito. Hungry Like The Wolf do álbum Rio que me lembro muito bem de o ver nas tuas mãos.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Conversas #13

- São sugestivos porque escondem mais do que mostram e, no entanto, fica-se com a sensação de que mostram mais do que escondem.

Irrelevâncias #01

Neste momento tenho noventa e três cêntimos na carteira, distribuídos por uma moeda de cinquenta cêntimos, uma de vinte, duas de dez, uma de dois e uma de um cêntimo. A de vinte é francesa, uma das de dez é espanhola e as restantes são portuguesas.
Foi um post irrelevante.

Road Map

Para memória futura... e antes que alguns dos papéis desapareçam e que a memória me traia.

20/8/2007
Lisboa - Santa terrinha

21/8/2007
Santa terrinha - Braga - Ponte de Lima - Valença do Minho - Tui - Baiona

22/8/2007
Baiona - Vigo - Paxon - Nigran - Baiona

23/8/2007
Baiona - Pontevedra - Sanxanxo - A Grove - A Toxa - Lanzada - Portonovo

24/8/2007
Portonovo - Cambados - Vila Garcia de Arousa - Padrón - Santiago

25/8/2007
Santiago

26/8/2007
Santiago

27/8/2007
Santiago - Noia - Muros - Ezaro - Corcubion - Estorde

28/8/2007
Estorde - Fisterra - Cee - Muxia - Camariñas - Laxe - Vimianzo - Estorde

29/8/2007
Estorde - Betanzos - Lugo

30/8/2007
Lugo

31/8/2007
Lugo - Oseira - Carbaliño - Ourense

01/9/2007
Ourense - Castrello do Miño - Ribadavia - Arnoia - Oia - La Guardia - Muiño

02/9/2007
Muiño

03/9/2007
Muiño - Nigran

04/9/2007
Nigran

05/9/2007
Nigran

06/9/2007
Nigran - La Guardia - Caminha - Praia do Moledo - Santa terrinha

07/9/2007
Santa terrinha - Lisboa

E com muitas paragens rápidas em cantinhos do qual não guardei o nome...

terça-feira, setembro 25, 2007

Pertencer

O fim de semana que passou foi mais um daqueles em que fui à santa terrinha. É um hábito que se repete, em média, de duas em duas semanas. O principal objectivo destas idas à terrinha é a de fazer companhia aos meus pais e passo quase todo o tempo com eles. Só mesmo no sábado à noite tento ver se se encontra alguém conhecido para ir beber um copo ao café do costume e dar dois dedos de conversa.
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Desta vez houve jantar. Jantar muito agradável numa tasca onde se come lindamente, onde se bebe melhor e onde se paga muito pouco. Na mesa estava amigos de longa data e mais recentes, simples conhecidos e também gente que desconheço completamente. As conversas acabaram por fluir ao ritmo do vinho e a noite foi boa até ali.
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Quando saimos fomos para o café habitual. Encontrei gente que conheço... aliás, praticamente conhecia a cara de toda as pessoas por ali. Cumprimentei alguns, disse olá a outros. Andei por ali um grande bocado da noite sem saber onde me sentar. Sentava-me num lado, levantava-me logo a seguir. De repente olhei em volta e vi que das três pessoas com quem cheguei e que me sentia mais à vontade, uma tinha desaparecido, outra estava num estado em que não dava para falar e também não me ligava nenhuma e mesmo assim tinha se trancado numa conversa muito privada com a terceira pessoa. Olhei à procura de referências. Todas aquelas caras eram-me familiares e, no entanto, aquelas figuras ecoavam estranhas aos meus olhos. Acabei por sair e ir para casa.
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Senti que já não pertencia ali. Claramente já não me revejo ali. O grande problema é E onde raio pertenço eu? Percebi que não pertenço a lado nenhum. Já não sou de lá e nunca fui de cá. É estranho... é uma sensação muito estranha. Não pertencer a nenhum lugar, não pertencer a ninguém.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Rapazes

Vou ao supermercado em busca de águas. Entro, vou caminhando entre as prateleiras e expositores. Na zona dos livros algo capta a minha atenção. Detenho-me, pego no livro e leio o título O Livro dos rapazes brilhantes. Sei que género de livro é e sei que é um bom livro para ter na prateleira. Abro o livro ao acaso e a primeira sugestão ou ideia que o livro me oferece aos olhos é Como deitar fogo aos peidos, fecho o livro e volto a colocá-lo no mesmo sítio enquanto penso Já deixei de ser um rapaz há muito tempo e acrescentei E também nunca quis ser brilhante. Quando peguei no pack de águas pensei para comigo Será que os rapazes assim serão brilhantes ou luminosos?

domingo, setembro 16, 2007

Acontece

Não sendo eu uma pessoa religiosa, é curioso que dois dos ditados que mais gosto metem essa estranha entidade que dizem responsável pela criação e regulação de tudo o que nos rodeia. Deus escreve direito por linhas tortas e Deus quando fecha uma porta abre uma janela. Gosto destes ditados e vejo-me muitas vezes a agarrar-me a eles para não perder a esperança. O que é certo é que, às vezes, tudo muda num pequeno instante e tudo se resolve num piscar de olhos... o importante mesmo é não perder a capacidade de sorrir. É como certas noites que começam com um pequeno lanche e um copo só para conversar e desabafar as mágoas, que se arrastam por ali num desfiar das tristezas que nos afligem, que continuam com o vislumbrar dos piores cenários... e, num repente, o lanche transforma-se num jantar a que se juntam mais amigos, em que se escolhe um restaurante ao acaso só porque se ouviu qualquer coisa sobre ele, em que se chega sem reserva e a sorte ditou haver mesa, em que o estilo irreverente do serviço nos surpreende e que acaba por se transformar numa das mais fantásticas experiências gastronómicas de que tenho memória. A noite foi brilhante em termos de sabores e fantástica pelo convívio e amizade que encheu aquela mesa. Durante aquele periodo foi como se os problemas tivessem recuado para dar lugar à capacidade de sorrir a bom gosto. E foi bom ver isso... os risos que se soltaram numa noite que até nem prometia por parte de um quarteto que carrega cargas bem pesadas. Umas mais pesadas do que outras, mas naquele momento conseguimos tirar esses pesos uns aos outros e passar uma noite leve. É assim... às vezes, num repente, acontece!

quinta-feira, setembro 13, 2007

Ena!

Ena!!! São tantas as fotos boas que vou ter de me organizar melhor... senão perco-me!!!

Agenda

Fazer coisas sozinho era para mim um sofrimento... provavelmente ainda é. Mas o que provei a mim próprio nesta viagem é que sou perfeitamente capaz de entrar num sítio e dizer Mesa para um! e responder com toda a naturalidade que sim à pergunta Está sozinho? Aliás, cheguei a responder como se o normal fosse estar só e que facto estranhíssimo seria estar acompanhado. Responder com um ar de espanto e dizer Claro! a perguntas de Está sozinho? deixava algumas pessoas desconcertadas.
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Há muita coisa para fazer, há muita coisa para experimentar! Cada vez que pego na Agenda Cultural de Lisboa sonho em percorrer aquilo tudo. Claro que não dá para fazer tudo, porque muitas das coisas tem preço e o orçamento não dá. Mas há muita coisa que se pode fazer... e se o constrangimento durante muito tempo era o de estar só, agora espero continuar com a coragem de ir, ver, experimentar e sentir mesmo que não apareça companhia.

terça-feira, setembro 11, 2007

Exostose

Nem tudo foi bom nesta viagem... trouxe de lá um problema no ouvido que me impediu de aproveitar a sério os dois ou três últimos dias de férias, nomeadamente com a ida ao Avante. E a situação estava a preocupar-me tanto que acabei por ir a um otorrino ontem.
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Pelos vistos tenho Exostose, e pelo que li aqui não é nada de grave. Até pode vir a dar muito jeito para utilizar como desculpa tipo Ah, disseste isso? Quando? Não ouvi... deve ter sido por causa da Exostose! O que é certo é que esse estreitamento do canal auditivo fez com que água que se alojou no ouvido tivesse dificuldades em sair. A permanência dessa água provocou um eczema e que, agora que está a ser tratado, deve desaparecer daqui a uns dias.
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Por isso, não tenham inveja de eu ter passado umas férias belíssimas, em locais fantásticos, com cidades lindas e praias deliciosas, comendo e bebendo do que me apetecia e que, muitas vezes, foi mesmo do bom e do melhor, de ter agora uma côr fantástica, de trazer fotografias maravilhosas e de ter passado as que foram, provavelmente, as melhores férias da minha vida... não tenham inveja disso porque eu tenho Exostose que vai fazer com que eu seja obrigado a fazer uma vida normal... com um ou outro cuidado.

domingo, setembro 09, 2007

Vamos lá

Arranquei naquela manhã muito cedo, talvez umas nove, queria seguir, partir o mais rapidamente possível antes que as forças faltassem e me impedissem de ir. Sabia que tinha de ser assim... acelerar para o mais longe possível de forma a dificultar o regresso. Planeado só estava o primeiro dia, e nem assim segui esse plano. Calculei mal os tempos de viagem e em vez de seguir directo à ponte centenária que me separava da Galiza acabei por fazer desvios e parar. Foi assim toda a viagem... um plano geral que se ia cumprindo ao sabor das vontades, das neuras, dos momentos, das temperaturas, dos gostos, do que ia vendo e palmilhando. Comia onde parecia ter bom aspecto, às vezes pensando no preço e outras vezes não pensando em nada. Entrei em sítios só por terem gente, noutros porque tinham um cantinho vago no balcão e noutros ainda por serem o primeiro que encontrei e a fome já apertava. Bebi a gosto e com muito gosto copas de Albariño, Ribeiro e Rioja. Bebi cañas à tarde e muitas botellas de água. Bebi quando tinha sede e bebi mais ainda quando queria espantar fantasmas. Bebi quando queria só apreciar o momento e una copa de branco era o melhor para acompanhar naquelas mesas e cadeiras de esplanadas em chão antigo e mirando torres de igrejas que deitavam sombras de História sobre quem passava. Fiz quilómetros em auto-estradas, vias rápidas, estradas normais, estradinhas vulgares onde há muito não passaria um carro português concerteza... e até em estrada batida andei. Dormi bem e dormi mal... repetiria uns sítios, evitaria outros. Acampei nas praias e nas cidades dormi em hoteis. Apanhei calor em Ourense e frio em Lugo. Nevoeiro em Fisterra e neura em Pontevedra. Calor e chuva em Santiago. Perdi-me em Vigo. Dormi sob um temporal medonho em Estorde. Apanhei dias de praia em Nigran como ninguém apanhou em todo o Agosto. Encantei-me com toda a Costa da Morte. Fiquei indeciso em La Guardia contemplando Portugal e voltei a embrenhar-me na Galiza por mais uns dias. Andei à minha vontade, às minhas ordens. Num posso, quero e mando absoluto. Fui ditador do meu destino não me subtraindo a nada que me apetecesse. Ocupei o tempo como podia... tirava fotos, comia e bebia. Passeava, andava a pé. Entrei nos sítios que encontrava. Fiz o que as chicas dos postos de turismo sugeriam. Quando algo já não tinha mais para oferecer então procurava el coche onde quer que o tinha deixado, pegava no mapa e dizia para comigo E agora para onde?, e lá encontrava algum sítio que o guia sugeria e dizia Vamos lá!

sábado, setembro 08, 2007

Play me #29

Uma das músicas que muito me alegrou nos quase 2.400 km que percorri durante a minha viagem foi esta que aqui fica. É retirada de um álbum que me foi oferecido há mais de um ano, talvez dois, e ao qual nunca tinha dado especial atenção. O álbum é uma compilação de música alternativa francesa e este Balle Populaire é muito engraçado. Não sou, de maneira nenhuma, um apreciador de rap ou hip-hop onde talvez esta música se insira, mas esta é de uma alegria contagiante. Foi a que mais passou durante a viagem. Aqui fica Balle Populaire dos Ministère des Affaires Populaires.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Diário

Seria fácil agora falar de tudo o que experimentei... seria fácil se tivesse mantido um diário de viagem. Esse diário começou a ser feito e até muito bem feito. Durou três dias... durou até chocar de frente com tudo o que Santiago tinha para me oferecer. Aí, nessas ruas centenárias povoadas de História e de histórias de gentes com sorrisos de felicidade por terem concluído o Camiño, aí foi difícil sentar e escrever... porque aí era para sentir o ambiente da rua, os cheiros, as caras, os sons, a vida... e era assim impossível perder tempo escrevendo o que via quando tudo o que via era para ser sentido e vivido naquele instante.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Galicia

A Galicia é linda. E eu, eu estou de volta. O que há a dizer? Só há a dizer que eu estou de volta. Por enquanto... pode ser que fale da Galicia, pode ser que não. Mas por enquanto, só tenho a dizer que estou de volta. Se foi bom? Bom não foi certamente. Mas extraordinário é a palavra não certa para descrever a Galicia. Não certa pela fraqueza da sua força. A Galicia é mais que extraordinária. A Galicia é a Galicia. Não tem explicação. E eu... eu estou de volta. Regresso a casa amanhã... hoje é na santa terrinha que vou dormir uma noite em boa cama. Já precisava.

domingo, agosto 19, 2007

Férias

Tenho tudo arrumado. A roupa que levo está na mochila. A tenda e o colchão estão de lado. Escolhi alguns livros ao acaso. Tenho mapas e guias. A máquina fotográfica está pronta. Até um leitor de mp3 está ensacado. Tudo pronto, tudo arrumado. Tento agora arrumar uma última coisa... tento arrumar a ansiedade por partir numa pequena aventura que nunca tive coragem de fazer. Partir... partir sozinho por aí. Para um ambiente estranho. Para terras estranhas. Conheço-me o suficiente para saber que vou passar dificuldades por lá. Dificuldades em conviver comigo próprio e com a minha solidão. Tento arrumar esse medo. Tento minorar esse medo escrevendo isto que estou a escrever. Estou convencido que esta viagem me fará bem... mas o medo e ansiedade tomam conta de mim. Vou enchendo o peito e dizendo para comigo Vais! Partes e depois logo se vê. É isso que farei... e tenho coisas bonitas para ver, kilometros para percorrer, imagens para captar, livros para ler e música para escutar. Se forem só estas as companhias que terei, então terão mesmo de chegar. Terça-feira de manhã vou! Espero descansar, descomprimir, divertir-me... mas sobretudo viver.

terça-feira, agosto 14, 2007

Unkaput

E num golpe de face surpreendente a bela Denise brasileira da Optimus ligou-me há poucos minutos atrás dizendo que o meu telemóvel já estava arranjado e que os serviços técnicos tinham tido o cuidado de salvaguardar toda a informação que o aparelho continha. Hoje não posso, amanhã não estou cá, mas quinta-feira vou buscá-lo e verei se é mesmo assim.

Kaput

O meu telemóvel pifou! Kaput! Um telemóvel comprado em Fevereiro! Avariado! Kaput! Maravilha... estou mesmo satisfeito! Não liga... de maneira nenhuma! Motivo? Desconhecido! Quando eu pensava que por estar na garantia me entregavam um novo a resposta foi Não, não é assim. Vai para arranjar e demorará vinte dias. Vinte dias! E como é que faço entretanto, perguntei eu. A Optimus empresta-lhe um, responderam. OK, muito bem. E acrescentaram Por 5,95 Euros. Ah, disse eu, então não emprestam, alugam! Responderam-me com um sorriso. E os contactos, perguntei. Tem os do cartão. E os do telefone, voltei a perguntar. Os do telefone não dá para aceder. Esperei um pouco até ligar o tal telemóvel esprestado e verifiquei que os poucos números que lá estavam eram os memorizados até 2001 ou 2002. Olhei para a simpática e bonita funcionária brasileira com cerca de um metro e oitenta que me atendia e disse Por amor de Deus, arranje uma forma de me guardar os números. Não sei se dá, mas vou colocar uma nota para que os serviços técnicos façam o possível, respondeu ela. Claro que não acredito que eles vão fazer o possível.
Claro que agora me arrependo de nunca ter passado os números para um suporte físico. Sempre achei que um dia isto me iria acontecer... mas nunca fiz nada para prevenir a situação. Por isso... se alguém estiver a ler isto e fôr uma pessoa que tem o meu contacto e queira que eu volte a ter esse contacto é favor mandar-me uma mensagem com o nome. Eu agradecia!

segunda-feira, agosto 13, 2007

Lulas com ervilhas

Aos trinta e quatro anos de idade não se pode dizer que esteja velho... mas também não se pode dizer que esteja novo. Com um começo destes estou a candidatar-me a comentários do género Ai... não penses nisso! ou Ai... que coisa! e ainda Ai... a vida é tão bela! Pois é verdade, a vida é tão bela. Mas outra coisa que é verdade na vida são os ais e é isso que tenho vindo a sentir bastante ultimamente.
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O que é certo é que devo ter chegado ao meu ponto mais baixo mental e físico. Mais baixo por enquanto, porque máximos e mínimos absolutos só existem nas ciências exactas e a vida está longe de ser uma ciência exacta. E isto tem me afectado bastante. A minha disposição, habitualmente instável, estabilizou em valores baixos. A motivação para o trabalho praticamente desapareceu. Evaporou-se a inspiração para escrever no blog... que tem sido o facto da minha vida que me tem dado mais prazer há quase dois anos.
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Portanto... o que fazer? Continuar a tentar! E tirar férias! A ideia tem vindo a formar-se e se o fizer será uma pequena aventura sozinho em terras galegas. Poderá fazer maravilhas à minha disposição e operar grandes mudanças na minha incapacidade de comunicar com estranhos. Tenho o carro e tenho a tenda, mapas e vontade... só falta a coragem que é bem capaz de aparecer desta vez.
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Estou mesmo a precisar. Tenho de inverter toda uma tendência negativa para que o melhor de mim se realce. Ter vontade de ser melhor nem sempre acontece, e há quem mereça ver somente o melhor de mim... a família, os amigos e até pessoas que nos levam a restaurantes de fondue convencidas que adoramos quando na realidade achamos o conceito bastante desagradável e acabamos por gostar não obviamente pelo fondue mas pela magnífica companhia e que se nos tivesse levado a comer lulas com ervilhas teria sido bom na mesma.

sábado, agosto 04, 2007

Play me #27

Os Architecture in Helsinki são um grupo diferente. Muito diferente. Se querem ouvir um album diferente é ouvir este álbum. Na minha saga de voltar a ouvir coisas que por aqui tenho há quase uma ano acabei por desenterrar este álbum que adorei na altura e continuo a gostar. Escutar este álbum é como fazer uma viagem. Tive alguma dificuldade em escolher a música a colocar aqui... há no álbum músicas mais fáceis, mas esta é uma boa escolha. É um pouco como a Coca-Cola do Pessoa. É dar hipótese à música e escutem-na do princípio ao fim... vão gostar. Aqui fica Neverevereverdid do àlbum In Case We Die dos Architecture in Helsinki.

Por dificuldades técnicas de upload não poderá ser escutado por enquanto o tema que escolhi... mas acabei por conseguir encontrar um outro tema belíssimo deles por aí na net. Fica Wishbone do mesmo ábum.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Pinguim

Há uns tempos atrás vi um filme que tratava de um pinguim que fazia sapateado. Agora há um filme de um pinguim que faz surf. Este mundo está completamente perdido... um dia destes ainda vai haver por aí defensores da liberdade que defendem gente que manda fechar televisões privadas só porque fazem oposição. Gente que defende a liberdade restringindo a liberdade de expressão. As sociedades mais justas não se constróiem eliminando opiniões divergentes. Gente dessa devia ser fechada a sete chavez.
E o que é que pinguins têm a ver com isto? Tudo! Simplesmente porque há tanta democracia nalguns estados democráticos como há pinguins no ártico.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Pensamento #22

Dasss... sou mesmo um gajo muita giro!

Isto

Há muito que tentava sair do bloqueio de escrita em que se encontrava... mas não havia nada a fazer. O bloqueio era tão somente por não achar nada interessante ao que esboçava escrever ultimamente. Por isso hoje, depois de uma vã tentativa de dormir cedo, de vários passeios por um apartamento às escuras, de um copo de água, de zapping, de um copo de leite e vários biscoitos lá acabou por ligar o pc e tentou escrever uma coisa qualquer que tenha a ver com os simples factos da vida... e não conseguiu.



Dormir é preciso... é um facto simples da vida.
A minha mente anda vazia de pensamentos... é também um facto. Se é simples ou não, isso já não me compete a mim avaliar. Não me compete porque não tenho competências para tal.
Outro facto simples? Vou publicar isto!

segunda-feira, julho 30, 2007

Play me #26

Vamos lá mudar de música e assim tentar fazer um post! Esta manhã, ia eu muito cedo para o trabalho, a Radar deu-me uma música dos Koop, belíssimo grupo sueco. O álbum, Koop Islands é um fantástico álbum de música para ouvir... ouvir e deliciar. Reconheci a música e o nome do grupo quando escutei, e sabia que algures nos setenta gigas de informação do meu pc estaria esse álbum já perfeitamente descarregado há cerca de um ano. Não foi esta que eu escutei... mas esta é a minha escolha para os próximos dias pois os ritmos soam-me a quente e a suavidade. Aqui fica Let's Elope dos Koop, no álbum Koop Islands.

Volta

Isto, um dia destes, ainda volta a funcionar normalmente!

segunda-feira, julho 16, 2007

Filme

Dos melhores filmes do ano, sem dúvida... La faute à Fidel.

Salada

É Verão! É aquela altura do ano em que mais gente anda a comer mais gente. Comem-se todos uns aos outros muito mais vezes e com muito mais gosto. Todos todos não será bem o caso, mas muitos concerteza. Muitos e muitas a comerem-se mutuamente. Aquele come duas numa noite. Aquela degustou três até ao amanhecer. Aqueles, fiéis um ao outro, comem-se mais vezes e em mais noites. Aquela que não dava uma há muito tempo acabou por lá comer qualquer coisa. Aquele que não via um par de mamas há bastante tempo lá viu duas em três dimensões. Mas no meio disto tudo só não percebo uma coisa... se a fome é tanta porque é que o consumo de saladas aumenta brutalmente no verão? Vá-se lá entender o espírito humano... e o corpo também.

quarta-feira, julho 04, 2007

Incluindo

Se este ano conseguir atingir os objectivos profissionais muita gente vai ficar espantada... incluindo eu!

Fragil

Frágil! Frágil era a definição... caso definição estivesse a ser procurada. Mas como nada se procurava então não poderiamos definir como frágil o que frágil era na realidade. E no entanto, no meio da fragilidade emanava uma força desconhecida que fazia encher de côr os caminhos por onde flutuava, por não se poder dizer que caminhava pois caso caminhasse cada passo seria perceptível a quem passasse por ela ou por quem ela passasse, mas esse não era o caso pois o caso era mesmo que flutuava por esses caminhos sem deixar pegadas nem registos da sua passagem. Ficava a côr e a força, côr e força essa que só alguns podiam ver e perceber.

quinta-feira, junho 28, 2007

Maravilhas

Confesso que não gosto muito destas coisas... nomear blogs que se consideram os melhores significa sempre deixar de fora muitos de que se gosta.
Como não quero que a menina que não tem sentidos fique chateada comigo por não ter respondido, lá acabei por me decidir a isso.
Mas tenho que dizer que para mim vai uma grande diferença entre os blogs maravilhosos e os que se preferem... na minha escolha só há dois em que a preferência coincide com a maravilha. E não, não foi por esses dois terem votado em mim que decidi votar neles. Um foi porque em cada post há sempre algo de belo e que me diz alguma coisa, o outro pela beleza e simplicidade dos desenhos que me fazem sempre transportar para outros tempos e lugares. Dos outros cinco, um é pela extraordinária informação que presta sobre música e os outros quatro é pela simples genialidade.


Pensamento #21

Os problemas são para resolver... se tiverem resolução. Seria bom que todos tivessem.

domingo, junho 24, 2007

Estranhamente

Não fico nada descansada, disse aquela mãe olhando o filho com um ar profundamente preocupada. Ele sabia que deveria ser essa a reacção mas ainda assim declarou Mas óh minha mãe, não posso fazer como no ano passado que não tirei férias e não fui a lado nenhum. Mas sozinho?! Mas não arranjas ninguém!? voltou a dizer a mãe. Pelos vistos não... respondeu ele.
A ideia que tinha vindo a estudar nos últimos dias parece estar a esbarrar na pouca vontade que ele tem de preocupar a sua mãe... nisso e nas suas próprias inseguranças de empreender uma viagem sozinho só para ir ver o mundo e enfrentar-se a si próprio e mais a sua solidão. Nos próximos dias teria de decidir... coisa essa a que, estranhamente, não está habituado. Estranhamente porque decididir rapidamente é a sua profissão mas é um completo atado pessoalmente.

terça-feira, junho 19, 2007

Frases soltas #28

Diz-se que o tempo não pára, que nada lhe detém a incessante caminhada, é por estas mesmas e sempre repetidas palavras que se vai dizendo, e contudo não falta por aí quem se impaciente com a lentidão, vinte e quatro horas para fazer um dia, imagine-se, e chegando ao fim dele descobre-se que não valeu a pena, no dia seguinte torna a ser assim, mais valia que saltássemos por cima das semanas inúteis para vivermos uma só hora plena, um fulgurante minuto, se pode o fulgor durar tanto.

in, O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago

quinta-feira, junho 14, 2007

Jantar

Chega-se às oito e meia da noite e pensa-se Havia de jantar, mas não se tem nada pronto no frigorífico, não apetece fazer nada e a dor de cabeça que me acompanhou o dia todo ainda permanece um pouco. Mas depois diz-se Vá, ganha lá paciência e faz qualquer coisa. Então fui para a cozinha, abri o congelador e vi o que havia. Saquei de lá a cebola picada, o alho picado, o miolo de camarão e uma mistura de vegetais mediterrâneos que encontrei numa das últimas incursões à secção dos congelados. Peguei numa frigideira, coloquei azeite e deixei a cebola e o alho fritar um pouco. Ao mesmo tempo coloquei um tacho com água e um pouco de sal grosso e um fio de azeite a aquecer. Na frigideira meti os camarões e um pouco de concentrado de tomate. Mexi a coisa. Olhei para a prateleira e vi pimenta preta. Mal não havia de fazer e meti um pouco. Olhei e vi o que mais podia meter... vinho branco, e porque não! Quando os camarões começaram a deixar de estar congelados meti um pouco daquela mistura de vegetais e ao mesmo tempo enfiei esparguete no tacho. Fui mexendo e misturando. Enquanto fazia isto tudo ia ouvindo música da Radar e vendo televisão. Quando o esparguete ficou pronto, escorrio-o e misturei-o na frigideira. Mexi tudo até ficar bem misturado... despejei para um prato e jantei. No final, fui ao frigorífico e servi-me de uma taça bem grande de gelado stracciatela. Fiquei bem jantado.
Sinceramente... um post sobre a receita do meu jantar, gelado, dor de cabeça e fazer várias coisas ao mesmo tempo... devo andar a virar gaja! Deixa-me é ir ali ao directório secreto da pornografia e ver algumas coisas para ver se me curo!

Hoje

Finalmente acabou por escrever Hoje não consigo escrever um post, bem tentou, mas não conseguiu. Paciência, há noites assim. Optou por escrever no fim do post Hoje não consigo escrever um post e publicou-o. Depois foi-se deitar... mas isso foi só depois, depois de ter escrito Hoje não consigo escrever um post e de ter publicado o tal post, o tal que é este. Portanto, o que falta aqui? Ah!... escrever Hoje não consigo escrever um post no fim do post. Aqui vai...

Hoje não consigo escrever um post.

segunda-feira, junho 04, 2007

Desafio

A Luna, dona e senhora do único blog sobre sexo que acompanho, lançou-me um desafio... não é costume responder a estas coisas, mas como até estou a precisar de exercitar o meu humor e como lhe prometi que respondia aqui vai:

1.Indica dois sítios insólitos onde já mandaste uma queca, caso não tenhas tido essa ousadia, diz dois sítios onde gostarias de mandar.
Ora, obviamente o meu quarto e a minha sala... não parecem insólitos, mas na realidade até são dada a raridade da questão.

2.Três palavras ordinárias que utilizes frequentemente (antes, durante ou depois) do acto sexual.
Ah... disso não. Deixei-me disso quando fazia dobragens em espanhol para os filmes do canal 18 e a linguagem obscena tornava o filme um bocadito ordinário. Então não usávamos e tivemos que empregar outras. A expressão Oh, sí... cariño fui eu que inventei entre outras como Sí, cariño, sí, oh, oh, he estado todo el día pensando en esto e outras que agora não me lembro e que só poderia recordar no calor do momento... sim, a sala de gravações não tinha ar condicionado.

3. Quantas vezes tens sessões de sexo individual por semana?
A minha vida é uma sessão contínua de sexo individual... é costume dizer Pronto, já me fodi!, principalmente no trabalho. É realmente um pouco fatigante e não muito satisfatório... e sim, dá para suar muitas vezes!

4. Qual a posição que mais gostas durante o sexo?
É agradável quando a posição é perto de uma mulher.

5. Diz duas fantasias sexuais que já realizaste e duas que gostarias de realizar.
Duas que já realizei... a primeira vez e a última vez.
Duas que gostaria de realizar... a próxima vez e a seguinte.

6. Qual a maior mentira que já contaste para obter sexo?
Ah! É assim que se faz?! Eu bem me parecia que andava a fazer qualquer coisa de errado.

7. Qual a maior mentira que já contaste para não ter sexo?
Nunca precisei de mentir para não ter sexo... é um dom natural que eu tenho!

8. Depois de te fazerem o “oral” (broche ou minete), deixas que te beijem na boca ou tens nojo?
A sério?! Mas isso é pecado!! Há gente que faz isso?! Pensei que era só nos filmes! As coisas que se aprendem nos blogs... tenho mesmo que começar a ler mais blogs de sexo.

9. O que é que te “corta MESMO a tusa” durante o acto?
Se ela me propusesse responder a um inquérito ou a um chain post ou lá o que isto é, durante o acto... era capaz de estragar um pouco o ambiente.

Frases soltas #27

Caro camarada, vamos conversar... começa tu!

Play me #23

A minha visita ao Festival Músicas do Mundo em Sines o ano passado foi a melhor e mais enriquecedora experiência músical que alguma vez tive. Este casal que vai ficar aqui a cantar actuou lá no ano anterior ao que eu fui. Mas os ecos da actuação deles chegaram até mim através daqueles que assistiram. Foi o suficiente para ter ido à procura deles e já os ter por aqui há quase um ano. Fica agora aqui a música M'Bifé Blues de Amadou & Mariam do álbum Dimanche à Bamako.

sexta-feira, maio 18, 2007

The Godfather

Há já algum tempo atrás disseram-me Primo, se um dia me casar quero que sejas meu padrinho, eu claro que disse sim. Trata-se de uma das pessoas de quem gosto mais e é para mim o que de mais aproximado tenho de irmã mais nova que nunca tive.
Na realidade eu até nem disse sim... o que disse foi algo do género Acho muito bem que te cases pois essa história de andares a viver amigada e em pecado tem de acabar!!! Só faltava andarem a dormir juntos!!! Hoje vou jantar a casa desse jovem casal que constitui para mim um modelo de relacionamento. Já lá fui jantar várias vezes... mas hoje o meu sexto sentido diz-me que é para oficializar o convite de padrinho. Sim... não é só as gajas que têm sexto sentido, eu também tenho!
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Se realmente isso se confirmar será a segunda vez que apadrinho um casamento. Da primeira vez foi com um amigo que, hoje em dia, é para mim o que de mais aproximado tenho de irmão. Curiosamente o relacionamento deste casal também constitui para mim um exemplo do que gostaria de ter na minha vida.
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E isto levanta-me a seguinte questão... como é que eu, um perfeito incompetente e incapaz nas relações amorosas sou escolhido para servir de padrinho a duas relações que me parecem um exemplo? Como é que eu que sou incapaz de encontrar alguém com quem sequer ter um relacionamento passageiro sou escolhido assim para ficar ligado à história de dois relacionamentos estáveis e que espero que assim continuem?
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Será que este tipo de coisas são parte das chamadas ironias da vida?

segunda-feira, maio 14, 2007

Play me #21

Vamos mudar de música... e vamos para algo já muito velhinho. Vamos recuar ao ano de 1968 e à banda sonora do meu filme preferido. E o meu filme preferido é mesmo um exemplar dos chamados western spaghetti. Para mim este filme é o mais belo de sempre... não me peçam para explicar. É a beleza das imagens, é a história envolvente, é a música belíssima... tudo numa conjugação perfeita. O meu filme preferido é Once upon a time in the west, dirigido por Sergio Leoni e esta música que vos deixo é dirigida pelo fantástico Ennio Morricone e tem precisamente o nome do filme.

Passa

A linguagem é uma coisa engraçada... uma dessas coisas engraçadas são as palavras homónimas. Vou dar aqui três exemplos relacionados com a minha vida.
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Na passagem de ano, eu gosto de escolher passa por passa até ter doze na mão.
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No trânsito, eu muitas vezes grito para os condutores a quem estou a dar passagem "Vá lá! Passa!" apesar de eles não me conseguirem ouvir... e ainda bem porque às vezes também saiem uns impropérios.
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Neste fim-de-semana, enquanto tentava enfiar o carro na garagem dos meus pais, numa rua repleta de automóveis, com um trânsito infernal e ainda por cima com um grãozinho na asa dei uma valente passa com o carro no portão. Deu para ficar amolgado.
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Este gajo que está a escrever às vezes passa-se... mas não foi o caso quando viu o que tinha feito. Não ficou nada contente, mas já não havia nada a fazer e a culpa era dele.

quinta-feira, maio 10, 2007

Dr. Cameron

Hoje este blog vai ter um post à gajo. Sim... eu com a minha personalidade extraordinariamente sensível vou ser capaz de fazer um post à gajo. Já agora... quem me conhece bem sabe que eu realmente tenho uma personalidade extraordinariamente sensível, já quem me conhece mesmo bem duvido que acredite. E o que é um post à gajo!? É um post onde aparecem gajas boas só pelo simples facto de serem boas. Boas no sentido de Eh, cum raio! Dass!!! É podre de boa. Até cheira mal de tão podre que é! Obviamente que não poderia dizer qué boa comó milho! simplesmente pelo facto de eu não gostar de milho e de gajas boas até gosto. Pronto... faço o sacrifício de gostar. Se elas são boas e eu até gosto de coisas boas como toda a gente gosta, é natural que goste de gajas boas. E esta é bem boa... e só hoje é que descobri o quão boa que é. Um aparte só para dizer que acho piada à palavra quão, mas não tanto como acho piada a esta gaja boa.
E isto tudo porquê? Porque hoje perguntaram-me qual era para mim a top of the top das gajas giras. Eu lá respondi que não ligava muito a gajas de ecrãs ou páginas de revistas. Mas lá acabei por dizer que gostava muito da Dra. Allison Cameron da série Dr. House. Gosto muito do arzinho angelical e normalzinho que ela tem, de miúda que não faz muitas ondas e que passa quase despercebida mas que deixa adivinhar que à porta fechada é um furacão. A amiga com quem eu falava mandou-me o link para umas fotos que ela fez para uma revista masculina... e eu lá fui ver. A tal menina calma e normalzinha que não faz muitas ondas e que passa quase despercebida chama-se Jennifer Morrison e eu fiquei siderado a olhar para as fotos dela... ao ponto de até fazer um post e tudo! Gosto especialmente da foto da esquerda... dou um doce a quem conseguir adivinhar porquê (podem clicar na imagem para ver melhor)! Reconheço que é difícil!


quarta-feira, maio 09, 2007

Bicicleta

Pois devia fazer isto todos os dias... cheguei a casa, tirei o fato, vesti uns calções e t-shirt e fui dar uma volta de bicicleta. Nada de especial... foram trinta a quarenta minutos às voltas aqui no bairro, nada de ir para estradas fora daqui que hoje é dia de semana e anda muito carro por aí. E não, não quero partir-me todo debaixo de um carro só a tentar melhorar o meu bem estar e a minha saúde!
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Sinceramente sinto-me melhor... não bem, mas melhor. É como se o corpo estivesse intoxicado e precisasse de actividade física para se libertar desses venenos e respirar melhor. É mesmo assim que me sinto, é esta a descrição.
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Mas soube bem... e é mesmo assim! Há quem, precisando de exercício físico, dê umas quecas... eu dou umas voltas de bicicleta. Seja como fôr, parece que quem aprende qualquer uma dessas duas formas de exercício acaba por nunca esquecer... pelo menos é o que dizem das bicicletas, e cá para mim também deve ser verdade com o sexo.

Stress

Depois de um belo fim-de-semana, a semana não tem sido grande coisa. Parece que estou a pagar os excessos que cometi. É como se ainda estivesse de ressaca... sinto-me um bocado estranho. Também pode ser a excessiva ansiedade que o trabalho me tem provocado ultimamente. Que raio... antes eu lidava bem com ansiedades e stress, agora parece que talvez não seja bem assim.
Estou mesmo a precisar de encontrar uma forma de libertar stress.

quinta-feira, maio 03, 2007

Literalmente

A partir de agora não se fala mais de tristezas por aqui! Ena! Ena! Ena! Ah, pois é!!! Era o que faltava! Agora é só alegrias. Vou só falar de coisas bonitas e alegres. Talvez de passarinhos e florzinhas. Quem sabe até de abelhinhas ou de ondinhas que enrolam no mar. Ui, que bonito! E talvez mandar umas piadas que é para as pessoas se rirem e dizerem Ena, o rapaz tem mesmo muita pinta. Que bom é a vida tão bonita e engraçada e fácil para todos que só mesmo gente parva e mesquinha é que de vez em quando sente a necessidade de desabafar da profunda armadilha onde se deixou encurralar e de onde não tem a mínima capacidade de escapar apesar de ter tentado por diversas vezes mas se tentou e não conseguiu é porque na realidade não tentou e é um parvinho por passar a vida a ter pena de si próprio. Pois... novidade! Eu sei essa trampa toda muito bem! Um gajo abre a boca e caiem-lhe logo em cima... dass, se ao menos fosse literalmente talvez me divertisse um pouco!!!

quarta-feira, maio 02, 2007

...

Havia dias assim... era uma constante. Já nada podia fazer para contrariar. Talvez até pudesse, mas já não tinha forças para isso. Limitava-se a sentir que afundava. Nestes dias tudo o que queria era que o tempo decorresse rapidamente. Que a manhã passasse rápido para ir almoçar, que a tarde voasse para ir para casa, que a noite chegasse para ir dormir. Era o que precisava... que o tempo passasse rápido. Que os dias passassem rápidos. Que as estações se sucedessem rápidas. Que os anos voassem. Todos os dias tentava esboçar sorrisos que procuravam enganar quem o rodeasse. Esses sorrisos eram cada vez mais difíceis de fazer. Ao final do dia regressava a casa, olhava a nespereira grande e as duas pequenas, procurava as duas laranjeiras e ia ver o avanço do limoeiro. Eram talvez os momentos de maior preenchimento que sentia em cada dia... triste, muito triste. Pouco, muito pouco. Até há bem pouco tempo procurava preencher algum vazio debitando o que lhe ia por dentro para os botões de um teclado... mas até isso já lhe custava. Esforçava-se para procurar algo que gostava para o inscrever naquela lista onde já inscreveu mais de duzentos gostos... mas cada dia que passava era mais difícil. Abria muitas fotos que tinha para procurar algum pormenor que valesse a pena expôr, mas quando falta alegria aos olhos é difícil para eles encontrar beleza. E quando às vezes pensava melhores dias virão não deixava de pensar também que essa frase já não trás alento nenhum.

Chuva

Esta manhã trouxe os óculos escuros em vez do guarda-chuva... parece-me uma decisão bastante acertada.

terça-feira, maio 01, 2007

Play me #20

E é assim... sempre que a inspiração não me atinge eu ataco com mudança de música. Felizmente que a minha inteligência muito acima do anormal me levou a criar este mecanismo no blog para que houvesse um post sempre que se mudasse de música. Será talvez uma boa forma de desencravar... uma outra forma seria falar de mamas, mas hoje não me apetece.
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Aqui ficam as The Be Good Tanyas no álbum Blue Horse e com o tema The Littlest Birds. Parece que as classificam como música country... não é que goste do género, mas destas até gosto.

quinta-feira, abril 26, 2007

Gajas nuas

Amanhã à noite vou ver gajas nuas. Mesmo nuas. Mesmo gajas. Gajas mesmo nuas. Mas vão estar mesmo nuas... as gajas. E elas são boas... as gajas. Mas mesmo muito boas. As gajas que vão estar nuas. E boas que elas são... as gajas, as gajas que estarão nuas. E para quê tanto entusiasmo com as tais gajas... que são boas e nuas? Sinceramente não me aquece nem arrefece. Mas são gajas... estão nuas... e são boas. E não é todos os dias nem certamente todas as noites que eu vejo gajas nuas... e boas. Mas mesmo boas e nuas... as gajas.

segunda-feira, abril 23, 2007

Dot.com

A minha experiência com filmes portugueses em salas de cinema é o que se pode apelidar de um autêntico desastre. Eu gosto de cinema e acho que um filme deve essencialmente servir o propósito de entretenimento e só depois o propósito da arte.
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O primeiro filme português que vi numa sala de cinema foi um tal de Corte de Cabelo, realizado por Joaquim Sapinho em 1995. Este filme teve o mérito de me fazer prometer que iria passar muito tempo até que voltasse a deslocar-me a uma sala de cinema para ver um filme português.
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Muitos anos depois a força dessa promessa foi esmorecendo. Um dia lá voltei a entrar numa sala... desta vez para ver A Mulher Que Acreditava Ser a Presidente dos EUA, realizado por João Botelho em 2003. Ao sair pensei que me bastaria ver um filme português em cada década. Mais do que isso seria um exagero.
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Este fim-de-semana decidi arriscar e fui ver Dot.com, um filme de Luís Galvão Teles. E a única coisa que posso dizer é Obrigado, Luís! Obrigado por me teres reconciliado com o cinema português. Não é um filme extraordinário mas foi um dos melhores entretenimentos que tive numa sala de cinema no último ano. O filme é engraçado, a fotografia é excelente, a história é gira, faz rir, tem bons actores, é bem dirigido. É mesmo caso para dizer... Obrigado, Luís!
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Para quem puder... não o deixem sair de cena sem ver!!!

domingo, abril 22, 2007

Play me #19

Nova música... já a conheço vai para mais de um ano. Nos últimos dias andou a martelar na minha mente insistentemente e sem saber que música era nem onde a encontrar. Simplesmente sabia que a tinha. Hoje, antes de sair de casa, enfiei este CD no carro sem saber porquê. Foi com surpresa que ouvi logo na primeira faixa a música que me invadia a mente nos últimos dias. Sufjan Stevens no álbum Illinoise com o tema Concerning The UFO Sighting Near Highland, Illinois. Estes acordes de piano são simplesmente deliciosos... têm aquele dom de fazer pensar.

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Sento-me agora aqui... o ecrã, essa eterna companhia. A principal... a sempre fiel luminosidade que aparece com o simples gesto de carregar no botão. Foi a companhia deste domingo seco e sem história. Ao lado um copo de branco ajuda-me a passar as horas finais deste fim-de-semana. A companhia da música vai soando. É companhia boa esta que toca... mas é companhia que não me toca. O toque é tudo. Será?! Talvez... talvez não seja tudo mas faz falta. O toque... essa falta que faz. Ao longo de um dia inteiro as palavras que troquei foram simples. Um café pedido no café do bairro, o telefonema para os pais para saber se estava tudo bem, a lavagem do carro normal na estação de serviço aqui ao lado, a dose de sardinhas com meio jarro de sangria na esplanada do restaurante que tanto gosto ali ao lado da Casa dos Bicos, o conselho ao turista que pretendia saber se podia ir a pé dali até ao Oceanário... resume-se a isto as palavras que sairam da minha boca hoje. O resto... conversas de mim para comigo. A sanidade já lá vai... não pode ser sano quem abre uma garrafa de branco vinte minutos depois das dez da noite num domingo só porque lhe apetece. É o que me apetece... mais um copo! Quando o que me apetece é o toque. Estarei bem? Não estarei certamente... Quando me deitar devo estar... estar enebriado pelos torpores do álcool. Aí estarei bem. Foi a isto que cheguei... uma mente brilhante, um ser sensível, alguém capaz de dar muito... afundei-me. O brilhantismo ofuscou-se, a sensibilidade apagou-se, a capacidade de dar permanece orfã de quem queira receber. E, sinceramente, não me apetece prosseguir este post... entre o apagar e o publicar será o publicar caso alguém estiver a ler isto.

terça-feira, abril 17, 2007

Beijo

No meu primeiro beijo vi estrelas! A sério! Era uma noite de verão, abri os olhos e vi um céu estrelado enquanto pensava para comigo não sei o que está a acontecer, mas é bom. Ela veio ter comigo e perguntou-me tu já alguma vez curtiste com alguém? e eu disse-lhe não! e na minha inocência perguntei-lhe era só isso que querias saber?, quando ela disse sim, era só isso voltei costas e preparei-me para voltar para dentro quando senti um grande puxão pelo braço, um abraço forte e um valente beijo que entrou dentro de mim de repente. Deve ter sido longo, não me lembro. Lembro-me sim que terminou quando ela quis, largou-me e foi-se embora a correr porque já passava da hora do recolher. Foi assim o meu primeiro beijo.

segunda-feira, abril 16, 2007

Críticos

De entre as muitas espécies humanas que mereciam a extinção, julgo que a sub-espécie dos críticos de cinema é aquela cujo desaparecimento melhor servia os interesses da humanidade. Talvez algo exagerado esta frase... mas não faz mal, estou simplesmente a usar as mesmas palavras fortes que eles usam e de que são de uma leveza insignificante para o que eles merecem.
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A figura do crítico de cinema é um tremendo anacronismo. Representa aqueles tempos em que as massas precisavam de alguém instruído e iluminado que as orientasse nos seus gostos. Alguém que dissesse o que deveria ser visto e o que não deveria ser visto. Alguém cujas capacidades cognitivas estavam acima do comum dos mortais e que procedesse como grande educador e orientador dos gostos dessa tal gente a quem chamam povo. Pois bem... esse tipo de orientação é típico de sociedades ditatoriais. Ou seja, os críticos de cinema são próprios de sociedades estalinistas ou salazaristas... escolham aquele que preferirem ou mesmo os dois que para mim tanto se me dá.
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Hoje em dia a opinião de um crítico de cinema é tão válida como a opinião daquela gente que vive a semana a pensar no maravilhoso fim-de-semana que se aproxima e que vai ser passado a passear num qualquer centro comercial para onde foram logo de manhã no seu carro tunning cujas jantes e o sistema áudio valem mais do que o apartamento onde vivem e em que eles gastam um frasco de gel a tentar despentear ordenadamente o cabelo e vestidos com a roupa em que gastaram o ordenado inteiro sem pensarem em qualquer tipo de poupança enquanto têm os dentes para arranjar porque não dá para tudo e os dentistas não estão para crédito mal-parado e onde elas vão todas aperaltadas vestidas logo de manhã como se já fosse noite de forma provocante com mini-saias onde se vê o umbigo e tops quando ainda está a chover e enfiam-se nas lojas de roupa e gastam o que não têm só para que o môr olhe bem para elas com aqueles olhos que elas gostam e que só quer mesmo dizer comia-te toda e que realmente vai comer na sala de cinema para onde foram com o único propósito de se encherem de pipocas e colas e de se apalparem e lamberem durante cerca de duas horas não se ralando com quem quer que esteja a ver o filme ou a eles e que a única mensagem que têm para o mundo é olhá minha gaija é muita boa e olhó meu gaijo tem muito estilo.
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Mas o que é verdade é que tenho mais respeito por esta gente que sabe do que gosta e afirma-o para que toda a gente saiba do que por esses tais críticos de cinema que ai de mim se não dou cinco estrelas ao Manoel de Oliveira que já se devia ter reformado antes do outro ter caído da cadeira e que são obrigados a dar uma bolinha a um filme que até podem ter-se divertido com ele mas que caso não tenha uma mensagem profunda por trás ou não tenha um nome sonante à frente ficará mal não dar essa nota e ai de mim que perco a credibilidade, credibilidade essa há muito perdida porque quem ainda liga a eles é também gente dessa, anacrónica, que entrega os designios do pensamento a terceiros.

quarta-feira, abril 11, 2007

Ameixas

A ameixeira nasceu aqui. Cresceu aqui. Aqui nesta casa onde vivo. Não tem varanda, não é nada de especial. Não é especialmente dotada para que árvores despontem aqui. Não foi preciso muito... um pequeno canteiro, alguma terra e seis caroços de ameixa vermelha enterrados nela. Água à mistura com alguma regularidade. E tempo... tempo esse que é o que mais disponho. Na primavera do ano passado ela brotou da terra. Um pequeno ser verde apareceu do castanho daquele canteiro e nasceu. Falei disso por aqui já lá vai um ano.
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A ameixeira cresceu... e cresceu mais do que eu pensava que poderia crescer. Em Setembro parou e permaneceu estável durante o Inverno. Cerca de um metro e sessenta centímetros. Agora que a Primavera começou a fazer os seus efeitos chegou o momento da decisão... ou ficava mais um ano por cá e arriscava-me a ser impossível transportá-la para a santa terrinha ou ia já para lá.
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Decidi que estava na altura... embalei cuidadosamente o vaso, puxei os bancos do carro para a frente e deitei-a nele delicadamente. Fez a viagem comigo para longe da terra que a viu nascer sem saber que iria para um lugar bem melhor. Um pedaço de terra que me pertence, um cantinho de mundo que é meu. Terra boa onde pode crescer tudo. No dia seguinte, Sexta Feira Santa, lá fui com o meu pai e com a minha mãe fazer o transplante. Chegámos... eu levei o vaso, o meu pai a enchada e a pá, uma vara para servir de suporte e cordel, a minha mãe acompanhou de máquina fotográfica em punho para registar aquele momento de comunhão familiar. Então onde é que a queres? perguntou o meu pai Onde é que sugeres, respondi. Ficava bem ao pé da eira e eu concordei.
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Fizemos tudo aquilo juntos... a ameixeira lá ficou, espero que se torne uma árvore grande e que possa um dia comer umas ameixas à sombra das seus ramos numa tarde de início de verão. E recordando um grande momento familiar.
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Nesse pedaço de terra está também um pedaço de sonho... um sonho partilhado por pai, mãe e filho. O sonho de recuperar uma casa muito antiga em ruínas, ter os meus pais a viver lá e a poder gozar os fins-de-semana naquele pacífico cantinho.

Play me #18

Next... Devendra Banhart, no álbum Cripple Crow, com o tema Santa Maria da Feira. E sim... a Santa Maria da Feira que ele canta é mesmo a portuguesíssima terra Santa Maria da Feira lá para o norte.
E porquê esta música? Porque eu gosto dela e me apetece!

terça-feira, abril 03, 2007

Conspiração

Este é um post para denunciar a maior conspiração mundial dos nossos dias. Confesso que tenho bastante medo das repercussões desta denúncia e temo mesmo pela minha própria vida. Penso que esta gente é capaz de tudo e o facto de eu ter decidido desmascará-los pode levar a consequências graves para mim.
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O que eu estou a falar é da Salsa!!! Sim... a dança e não a planta aromática! Já repararam que toda a gente tem amigos ou conhece alguém que está na salsa? Pois é... isso prova que o domínio deles já é bastante alargado. O objectivo deles é dominar o mundo... o porquê, ainda não sei. Mas desconfio...
Para mim eles são extraterrestres... aliens que aterraram há algumas décadas atrás na América do Sul com o objectivo de conquistar o planeta. Como estavam em inferioridade númerica e não tinham uma supremacia tecnológica optaram por conquistar cidadão a cidadão. Como?! Através de lavagens cerebrais. Onde?! Nas aulas de salsa e respectivos convívios.
É precisamente dessa forma que eles vão espalhando os seus perigosos tentáculos. O modus operandi é sempre o mesmo. Pessoas que já estão na salsa, ou seja que já foram subjugados pelos aliens, tentam convencer os amigos e conhecidos que não estão na salsa a irem para lá. Exactamente... já estão a reconhecer. Quantos de nós é que já ouvimos aquela história do Tens de ir para a salsa e Aquilo é muito bom e ainda Lá é que vais conhecer a pessoa certa. Tudo isso são engodos. Só para apanhar o pessoal lá e torná-los em aliens. Já repararam que depois vocês nunca mais voltam a ver esses amigos em noites de sexta ou sábado. Nop... esses são os dias das reuniões onde discutem as estratégias secretas. E fazem-no em código com movimentos esquisitos do corpo. E depois chamam aquilo de dança! Não... aquilo são códigos. E nas poucas vezes em que os vemos à sexta e sábado é porque estão em missão de recrutamento.
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Pois é... tenham medo, tenham muito medo! O propósito deles é mesmo dominar o mundo, o poder deles está a alastrar... com que objectivo é que gostava de saber.

segunda-feira, abril 02, 2007

Análise

Sou uma pessoa desligada. É isso que sou. Não procuro as pessoas. Fico simplesmente à espera que elas me procurem. E quando elas decidem perder o seu tempo comigo, mesmo assim acabo por me esconder e torno-me difícil de encontrar. Queixo-me muitas vezes de falta de companhia, mas o culpado sou eu... não são as circunstâncias da vida, nem o ritmo da cidade. Sou eu. Eu, tão simplesmente eu. Fecho-me sobre mim próprio. Não procuro ninguém. Grito para que me encontrem e no entanto escondo-me.
Se isto é feitio?! É... mas cabe-me a mim e só a mim tentar ser mais ligado às pessoas que conheço e com as que se vão cruzando comigo.
Bloqueei a minha mente na tentativa de encontrar uma companheira... e não me apercebi que deste modo me afastava de tudo e de todos. Deste modo tornei-me infeliz comigo próprio e tão fechado que se tornou impossível conhecer-me. Não dou o passo de procurar, convidar, apelar e não dou hipótese que alguém faça isso comigo.
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Não fui capaz de entender que devemos viver os momentos livres em companhia. Na companhia de grandes amigos ou na companhia de pessoas que ainda não conhecemos bem, mas que simpatizamos. Mas sempre acompanhados. Que não vale a pena pensar se aquela nova amiga é um potencial amor ou se através daquele amigo se vai conhecer alguém especial. Isso não interessa... se tiver que acontecer, acontece. Não vale a pena ter medo de que, ao fazer um convite, possa dar um sinal errado de um possível interesse.
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Convidar significa simplesmente acho-te boa companhia.
Ser convidado significa simplesmente que nos acham boa companhia.
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É urgente uma mudança de atitude na minha vida... a intenção existe, vamos lá a ver o que acontece!

Conversas #12

Estás a escorregar e és tu quem está a empurrar! Não deixas que as pessoas se aproximem!

quinta-feira, março 29, 2007

Play me #17

Eu gosto desta música. Desconheço se eles já editaram algum album. Eles são os OqueStrada e esta canção chama-se Se esta rua fosse minha. A rua pode não ser, mas o blog é!

Post

Bom... depois de meia hora sentado em frente ao ecrã, desisto de escrever um post. Nada me ocorreu.

domingo, março 18, 2007

Play me #15

E porque a neura atingiu-me fortemente neste domingo tive de me socorrer, neste final de noite, de uma determinada música que em tempos já falei por aqui. É uma música que são três... um medley que Elis Regina cantou no Festival de Jazz de Montreux de 1979. A minha mãe assistiu a este concerto ao vivo. Cresci a ouvir muitas vezes este LP. Aqui há um ano e tal a minha amiga Zeni ofereceu-me o album que já não ouvia desde os tempos em que o gira-discos se avariou definitivamente passando só a escutar CD's.
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Aqui fica Ponta de Areia, Fé Cega Faca Amolada e Maria Maria na voz de Elis Regina.
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E isto tudo por causa de uma gente que ri quando deve chorar e não vive apenas aguenta.

quarta-feira, março 14, 2007

Sinais

E porque este blog tem de voltar a entrar na normalidade, então eu digo que a normalidade para mim hoje é saber que se conseguir fazer o volume total que me pedem de objectivo no trabalho então terei conseguido chegar quase a terreno positivo.
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Mas também podia dizer... Ai era com o sinal mais por trás?! Pensei que desse tanto com o sinal mais como com o sinal menos!
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Uma situação perfeitamente normal...

Play me #14

Quando fui a Marrocos com a Fotoadrenalina trouxe de lá dois CD's escolhidos ao acaso... num deles vinha lá esta pérola que, infelizmente, só sei o título e nada sei sobre o nome de quem canta.
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Aqui fica durante uns tempos Saa Magni retirado de um album do Festival d'Essaouira.
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Depois de uma busca no Google descobri o nome da cantora... Oumou Sangare.