sábado, agosto 19, 2006

Sábado

A noite foi longa mas ele acordou cedo. Acordou ainda zonzo dos excessos da noite. Ainda deitado mandou uma mensagem em resposta a uma que tinha recebido na noite anterior. Levantou-se. Tomou banho. Vestiu-se. Vagueou pela casa sem saber o que fazer naquele dia. Saiu. Foi tomar um café no café do bairro. Comeu um pastel da nata. Apeteceu-lhe. Regressou a casa. Ligou o computador e respondeu a comentários. Conversou por mensagens com uma pessoa. Decidiu que tinha de sair. De fazer algo naquele dia. Olhou o céu. Nublado. Vento fresco. Não era dia de praia. Mas apetecia-lhe. Pensou. Achou que seria fácil chegar às praias. Não convidou ninguém. Achou que ninguém quereria ir para a praia com aquele tempo. Afinal até estava a ameaçar chuva. Meteu-se no carro. Arrancou. Atravessou a Ponte em direcção à Costa. Foi para a Praia da Princesa. Trocou as calças pelos calções dentro do carro. Caminhou pelo areal. Pousou as suas coisas próximo do mar. Foi dar um mergulho. Sentiu frio. O vento soprava. O sol não aparecia. Decidiu ficar mesmo assim. Leu. Alternou entre dois livros que tinha levado. Observou as pessoas a passar. Viu famílias com as suas crianças. Viu casais jovens agarrados. Permaneceu. Leu mais. Voltou ao banho segunda vez. Agora já com sol. Mas ainda com vento. Passou a tarde toda lá. Às seis decidiu regressar. Levantou-se. Pegou nas suas coisas. Ao sair da praia decidiu sentar-se na esplanada. Pediu um ice tea e uma bifana. Comeu. Leu um pouco mais. Foi para o carro. Trocou agora os calções pelas calças. Seguiu. Atravessou a Ponte. À direita Lisboa estava cheia de luz. À esquerda viu ao longe a Serra de Sintra cheia de nuvens. Parou o carro no mesmo café onde tinha ido de manhã. Comprou tabaco. Apetecia-lhe. Chegou a casa. Entrou. Sentia-se cansado e vazio. Ligou o computador. Respondeu a uma mensagem. Deitou-se no sofá. Permaneceu aí. Mais tarde sentiu fome. Fez o jantar. Abriu uma garrafa de branco. Apetecia-lhe. Acompanhou a refeição com dois copos. Acabou. Levou as coisas para a cozinha. Pousou-as. Voltou para a sala. Deitou-se. Levantou-se. Voltou ao computador e começou a escrever. Convidaram-no para ir ao Bairro pelo messenger. Disse que estava cansado e que ia pensar. Se ele fosse avisaria. Continuou a escrever. Deu um título ao texto. Chamou-lhe Sábado e publicou-o.

Stratega disse...

Por estar "cansado" escreveu um texto chamado Sábado e publicou-o, em vez de ir sair com quem o tinha convidado e ficar realmente "cansado". Mas talvez bem mais leve e bem disposto. De andar plas ruas de copo na mão a ver quem passa.
Eu fiquei em casa, mas porque trabalhei o dia todo e tou de rastos e amanhã tenho q trabalhar outra vez...
Ñ vás aproveitando os possíveis momentos bons q a vida te vai proporcionando e chegas aos 40 a escrever Sábados. (Hoje tou ácida, mas tentei controlar...)

Maria P. disse...

Bela descrição.

isabel mendes ferreira disse...

chamo-lhe hoje.



saudade.



de longe.



beijo.

Sendyourlove disse...
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Eb1Eng.ºDuarte Pacheco disse...

Muito bem.Muito bem mesmo.Gostei do carácter cru e estruturado deste post.Quanto ao teor...isso fica para um outro comentário:) bjs

intruso disse...

:)
epá, revejo-me nisto...
no acordar e não saber muito bem que fazer... seguir o que me apetece... "estar cansado" e escrever sobre o nada e sobre o dia e sobre o que me apetece...