domingo, abril 02, 2006

Kapital

E nada se passou... para grande alívio da minha parte. Ela não esboçou qualquer gesto de aproximação. Realmente eu tenho a mania de ver coisas onde elas não existem... no fundo o que ela queria era companhia. E eu sirvo de companhia.
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A ópera foi belíssima. Mental note: não esquecer de ler o libretto na próxima vez que assistir uma ópera. É verdade... nada percebi da história, mas o encanto pela música e encenação bastou para que sentisse toda a beleza e saísse de lá com um sorriso no rosto. Na realidade, não interessou muito que não tivesse percebido... durante a ópera lembrei-me de uma frase de Mário Viegas que tinha lido nessa tarde Os poemas não se explicam, ouvem-se.
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Assim que terminou a ópera ela foi para casa e eu fui ter com amigos. Lá fomos beber uns copos e, confesso, não fui capaz de resistir ao apelo que o álcool fazia pelos cigarros. Fumei e não me sinto muito satisfeito por isso. Enfim... continuemos a tentar e vamos assumir isto como uma pequena queda na montanha que tenho de escalar.
A noite terminou na Kapital. Já há uns anos que não entrava nessa casa que se tem mantido, insistentemente, como um local da moda da noite lisboeta. Mas ontem não percebi porquê... é verdade que o ambiente era recheado de gente gira, o ar é respirável e até se está bem lá dentro. Mas a música pareceu-me completamente falha de ideias. Produtos enlatados... nada de novo, nada de ideias, nada de inovação... umas meras misturas desinteressantes do género tomem lá disto e não me chateiem. Em linguagem de hoje em dia não se pode dizer que estejam muito à frente. Enfim... é o que dá quando o mainstream tenta adaptar o alternative e notei a grande distância que vai dessa casa para o Lux. Não é costume ir ao Lux mas, quando vou, sou sempre surpreendido por algo de diferente e de agradavelmente inovador.

Caiê disse...

O lux... 3 suspiros.