Inibido
Voltando ainda aos temas sérios...
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Isto realmente, as conversas são como as cerejas... vêm umas atrás das outras.
E a propósito de comentários surgiu a questão, bastante pertinente diga-se de passagem, de possíveis inibições em escrever um blog só porque alguém que conhecemos pode ler.
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Quando criei o blog não sabia o que ia fazer com ele... e se querem mesmo saber, a questão não me preocupa mais hoje do que me preocupava naquela altura. É-me indiferente... o blog não tem regra. É por isso que de vez em quando falo para mim e outras vezes falo para quem está a ler (como é o caso agora). Umas vezes falo do que me vai na alma, outras falo do que quer que seja.
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A ideia inicial era não dizer nada a ninguém. Ninguém que eu conhecesse iria saber que eu tinha um blog, que escrevia do que ia dentro de mim e do que ia à volta de mim.
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Mas poucos dias depois do o ter criado uma amiga vira-se para mim e diz Tenho um blog!, eu respondi Eu também!
Depois disso não me ralei muito que as pessoas soubessem. Mas também posso dizer que as pessoas que me conhecem e sabem do blog são das mais próximas que tenho. Pessoas em quem confio. Não há aqui conhecidos... só mesmo amigos.
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E há também uma promessa que fiz a mim próprio... Escrever sempre como se ninguém que eu conheça vá ler!
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É por isso que não tenho inibições na escrita... é por isso que não me ralo em abrir a minha vida... é por isso que me sinto bem em ter o blog... é por isso que tenho crescido um pouco mais... é por isso que descubro mais coisas sobre mim próprio... é por isso que gosto de ouvir frases como continuas a surpreender-me por parte de gente que me conhece muito bem e, no entanto, vê que há muito a descobrir... é por isso que eu próprio sinto que tenho muito a descobrir de mim...
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No campo das inibições o que é engraçado é que eu não estou inibido em escrever. Mas há gente de quem gosto muito e que vem cá, e eu sei que vêm, que se sente inibido em escrever um comentário. Mas isso... isso não me preocupa nada. Como disse, ninguém que me conhece lê o blog. Nem eu próprio...
"Como disse, ninguém que me conhece lê o blog"
Fiquei confusa... queres explicar melhor?
Como é hábito, deixo margem para ser interpretado de duas formas...
- Quando estou a escrever a "realidade" para mim é que ninguém que eu conheça lê o blog;
ou
- Será que as pessoas que me conhecem e que lêem o blog me conhecem mesmo bem? Se até eu próprio desconfio que me conheço mal...
ocorreram-me essas duas interpretações...
curioso, aconteceu-me o mesmo quando iniciei o meu. pensei ninguém me lê, posso debitar o que bem entender.
agora penso, debito o que entender e a escolha de leitura não me pertence.
nem vivendo junto conhecemos profundamente quem quer que seja...nem a nós. acho que o encanto é precisamente o 'ir descobrindo'.
No meu blog, não digo tudo o que penso, não digo tudo o que quero dizer.
Para isso teria que emigrar de blog; começar do zero com outro nome qualquer e não revelar esse nome a ninguém...
Aí está uma coisa que não quero: ser demasiado pessoal!
O que escrevo tem a ver com a minha maneira de estar na vida e com os valores que defendo. E é pessoal apenas por isso.
Claro que nos «comentários», que encaro como uma troca de ideias e de experiências, posso partilhar algo como toda a gente o faz. Não mais do que isso. Chego a ter algumas dúvidas sobre se me «estiquei de mais» aqui ou ali. Mas, por enquanto, estou bem com a minha consciência e isso é que importa.
Sou dou de mim aquilo que quero dar.
Tenho alguns amigos que lêem o meu blog. São raríssimos os que deixam algum comentário.
Não escondo o facto de que tenho um blog. Mas só lêem aqueles que o querem ler.
Que eu saiba, os meus pais não o lêem, mas sabem que existe.
O meu chefe veio ontem pedir-me o endereço do meu e o do Luís Grave Rodrigues (agora conhecido como o advogado do casalinho lésbico mais mediático do momento), pois LGV foi seu estagiário há 20 anos e durante 22 anos partilhou com o Patrono o escritório. Volta e meia almoçamos todos juntos. Conheço LGV aí desde os meus 15 anos.
Quero dizer com isto, que a maior parte dos meus visitantes são pessoas que não conheço de lado nenhum a não ser desse mundo que é a blogoesfera.
O blog tem sido uma forma de crescer como pessoa. A minha mãe diz que eu estou diferente desde que comecei a escrever com regularidade. Disse-me o mesmo sobre a minha última relação...
Pronto, tá dito, que este já me estou a «esticar de mais».
Bjs
Mantem -te fiel a essa promessa...." Escrever sempre como se ninguém que eu conheça vá ler!", mas de vez em quando é bom quebrar as promessas que fazemos....conhecer alguém que lê...
Eva shanti, arrisca e diz algo de muito pessoal!!!! A vida é um risco! A propósito sabias, Explanando, que também há um blogue do Explanar?
Bom... um dia tenho que fazer um post sobre isso!!!
Eu sou o Esplanar que esplana no Esplanando.
Nada tenho a haver com o JPG que escreve no Esplanar.
Um nota:
Eva Shanti é como é, mostra aquilo que quer mostrar e diz sobre si apenas aquilo o que quer dizer.
Se Eva Shanti quisesse falar de si mais do que já fala, fazia-o sem qualquer problema.
Eva Shanti arrisca o que quer arriscar e segue aquilo que sente.
Por isso mesmo arriscou escrever em Inglês. Sabe-se lá o qiue andará mais a arriscar...
Bjs
Eu escrevo o que vivo, o que sinto, o que acho. Isto sou eu.
Não me importo com quem vai ler, e lêem-me amigos, família e muita gente que não conheço...
Sobre outros blogs... leio porque gosto de saber outros pontos de vista e porque vou "conhecendo" quem escreve e traçando o perfil, à minha maneira, com a minha imaginação...
É um exercício de conhecimento de mim e dos outros e de partilha de idéias...
Isto é o que me encanta...
beijinho
Eva Shanti, o comentário foi sem ofensa, é claro que cada um diz aquilo que quer...
pois...eu fico inibida quando me apetece escrever sobre algo relacionado com alguém que eu sei que me vai ler...(deixei de respirar para dizer esta frase)...mas enfim...acabo por dizer as coisas de uma maneira mais soft...ou então crio outro blog onde me sinto uma verdadeira anónima :)(gato escondido com rabo de fora).A verdade é que muitas vezes penso muitas vezes antes de escrever sobre certos assuntos...e muitos nunca são publicados...cobardia? talvez...
Viver em segredo, percebo-te perfeitamente e não acho que seja cobardia, a "educação" que nos deram ensina-nos a ser assim...
Quando comecei, comecei por total vontade de escrever. Mas ninguém me conhecia, de facto. Surpreendi-me, noutro dia, quando percebi que muita gente tinha tirado tempo e gastado energias a adivinhar a minha identidade. E fizeram-no da pior maneira! Enfim, o ser humano nem sempre nos surpreende pela positiva. De resto, na internet nao se conhece so boa gente!
Para mim, no entanto, tudo isso é indiferente: eu sou eu. Quem nao vive bem consigo, azareco.
Não é preciso haver exposição. É preciso, sim, coragem para ler nas entrelinhas...:)
Ainda relativamente ao que disse Viver em segredo e que eu concordei... nós somos "animais" sociais, vivemos para e com os outros, todos queremos ser aceites pelo nosso grupo... o que os outros vão pensar está sempre lá..inconscientemente...eu pelo menos tenho que admitir isso em consciência!
Eu tenho pensado sobre uam situação que me acontece. Consigo libertar-me mais nos blogs de quem leio do que no meu. O mais engraçado é que quem comenta no meu cantinho, são as mesmas pessoas que lêm os meus coments. Estranho.
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